Servidores efetivos de Campo Grande lançam manifesto criticando a gestão municipal

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Representantes de quatro categorias de servidores municipais lançaram na manhã desta quinta-feira (07/12), em entrevista coletiva realizada no auditório do SINDJUS, um manifesto contendo críticas à atual gestão municipal. O principal motivo de indignação da categoria é com o não cumprimento de obrigações básicas da prefeitura como pagamento de insalubridade, periculosidade, promoções e reajustes pactuados coma prefeitura e não cumpridos pela administração. O documento, além de distribuído para a imprensa e para as categorias afetadas também será evado a conhecimento da Câmara dos Vereadores para as devidas providências.

A presidente da Associação dos Servidores de Nível Superior do Município de Campo Grande, Paulina Barbosa Ferreira, destacou que a atual gestão é que mais fez contratações para cargos em comissão em décadas. “A prefeitura não consegue pagar suas obrigações com o servidor efetivo porque há 15.000 pessoas em cargos comissionados recebendo aquilo que chamam folha secreta, como “planos de trabalho”, jetons e outras vantagens, denuncia a líder dos servidores que acrescenta: “O que exigimos é que se cumpra a lei, mas mesmo os direitos mais básicos e reconhecidos pela justiça precisam ser judicializados nessa gestão”.   

Alberto da Costa Neto, vice-presidente do Sindicato da Guarda Civil Metropolitana, destaca que o lançamento do manifesto é um primeiro passo para que “a gestão perceba que não estamos parados e um chamado à mobilização do servidor efetivo na luta pela garantia de seus direitos e da devida valorização daqueles que fizeram e foram aprovados em concurso com o objetivo de ter uma carreira para servir ao campo-grandense”, advertiu o sindicalista. Além dos servidores de nível superior e da representação da Guarda Civil estiveram presentes na manifestação a presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do MS, Ivanete Carpes, a Associação dos Servidores Administrativos da Saúde, representada pelo presidente Thiago Baratelli e o Sindicato dos trabalhadores em Enfermagem, com o presidente Bruno Machado Vieira. Essas entidades representam cerca de 5000 servidores efetivos da prefeitura de Campo Grande.

Segue, na íntegra, o manifesto lançado pelos servidores:

Servidores municipais vão à Câmara exigir adicionais de insalubridade e periculosidade não pagos pela Prefeitura de Campo Grande.

Servidores municipais representantes do Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande (SindGM/PMCG), Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem do Município de Campo Grande (SINTE/PMCG), Associação dos Servidores Municipais de Nível Superior (Asmns), Associação de Servidores Administrativos da Saúde Municipal Na Luta e do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Mato Grosso do Sul (Sindarq), irão nesta quinta-feira, dia 7 de dezembro, à Câmara Municipal de Campo Grande para entregar documento com exigências das categorias.

O grupo se reuniu na manhã de hoje, na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário (Sindijus/MS), durante coletiva de imprensa, para manifestar a indignação da categoria quanto ao não cumprimento de lei e de valores adicionais referentes à insalubridade e periculosidade por parte da prefeita da Capital, Adriane Lopes.

De acordo com o guarda municipal e vice-presidente do SindGM, Alberto da Costa Neto, é unânime o pedido por reposição salarial, aumento e reajuste dos vencimentos. “Estamos no final do ano e o ato de hoje simboliza o grito de mais de cinco mil servidores públicos municipais.

Se formos contar, seriam mais de R$ 10 mil a reais de prejuízo a cada servidor desvalorizado. Ainda hoje iremos protocolar nosso pedido junto ao Legislativo Municipal”, antecipa.

Paulina Barbosa Ferreira, presidente da Associação dos Servidores Municipais de Nível Superior, reforça, em nome dos trabalhadores da Saúde, que somente quem atua nessa área está sem promoção desde dezembro de 2022.

“Nosso grupo, composto por 21 categorias de Nível Superior perdeu 56% de remuneração nos últimos 22 anos. A prefeita Adriane Lopes chegou a fazer um acordo conosco de implantação de cargos e carreira e não cumpriu até o momento. Tivemos que acionar a Justiça para buscar pelo que foi combinado”.

A representante do Sindarq, Ivanete Carpes, compartilha da mesma dificuldade de negociação dos demais servidores. A arquiteta ressalta que a líder do Poder Executivo Municipal não recebe os profissionais há mais de um ano. “Havia um trato para implantar o plano de carreira dos arquitetos, engenheiros e tecnólogos. Mas notamos que havia a intenção de retirar direitos na última versão do documento apresentado pela Cogeplan, e recuamos. Agora esperamos que a prefeitura nos receba para uma nova negociação”, finaliza.

Adicionais de insalubridade

Durante coletiva de imprensa, o representante do Sindicato dos trabalhadores em Enfermagem, Bruno Machado Vieira, citou, assim como os guardas municipais a necessidade de pagamento adicional referentes à insalubridade.

“É uma indignação da classe. A promoção prevista para ocorrer em 31 de dezembro do ano passado não ocorreu e nem mesmo o pagamento da insalubridade prevista na legislação e legalmente reconhecida pela Justiça”, conclui.

“Somando-se às demais insatisfações nós também aguardamos o pagamento das letras e quinquênios”, pontua Thiago Barateli, da Associação de Servidores Administrativos da Saúde Municipal Na Luta.

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