Funcionária terceirizada da Assembleia Legislativa de Mato Grosso é apontada como recrutadora do Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul

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Uma funcionária terceirizada da Assembleia Legislativa de Mato Grosso foi apontada em uma denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como responsável pelo recrutamento de novos membros do Comando Vermelho em Mato Grosso do Sul. A Operação Bloodworm, deflagrada no dia 5 deste mês, teve como alvo presidiários penais que colaboravam com a facção criminosa.

Segundo a denúncia do Gaeco, a copeira atuava no setor denominado ‘Cartório de MS’, onde recrutava novos membros para a facção e gerenciava os integrantes. Além disso, ela exerceu influência no setor financeiro da facção, conhecido como ‘Progresso’, responsável pelas contribuições dos membros. A copeira também teria participação no setor de ‘Disciplina’, onde eram aplicadas as punições aos transgressores. O Gaeco ainda aponta seu envolvimento no setor ‘Gravatas’, ligado aos advogados da facção.

A denúncia revela ainda que a copeira teria cooptado policiais penais para a introdução de produtos ilícitos na penitenciária Gameleira II. Surpreendentemente, a copeira tem marido e filho preso em Mato Grosso do Sul. O filho é apontado como o quarto membro do ‘Conselho dos 13’, um dos órgãos de liderança da facção criminosa, enquanto o marido é vice-presidente do mesmo conselho.

A funcionária terceirizada possuía grande influência e respeito dentro do Comando Vermelho. O líder da facção, que está preso na penitenciária Gameleira, chegou a ligar para ela após sua regressão do regime fechado para o semiaberto, agradecendo por tudo que ela havia feito pelo grupo. Em uma das mensagens, o líder informa sobre sua mudança de regime e fala sobre a situação do filho dela, também preso em regime fechado.

A Operação Bloodworm resultou no cumprimento de 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Mato Grosso do Sul, além de outros estados como Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília e Mato Grosso. A investigação do Ministério Público Estadual durou aproximadamente 15 meses e revelou a participação de agentes penais e advogados no serviço da facção criminosa.

Durante a investigação, foram descobertas ações como o uso de celulares e o envio de mensagens por advogados, conhecidas como ‘gravatas’, para facilitar a comunicação entre os faccionados presos e seus comparsas em liberdade. Essa comunicação era utilizada para planejar crimes, como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, fortalecendo assim o Comando Vermelho no Mato Grosso do Sul.

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