Profissionais de instituições federais de Mato Grosso do Sul entram em greve por reajuste salarial

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Profissionais de instituições federais de Mato Grosso do Sul e de todo o país estão em greve para reivindicar um reajuste salarial de 22%, a ser distribuído em três partes nos anos de 2024, 2025 e 2026. Esta é a primeira vez desde 2015 que ocorre uma paralisação geral, o que, conforme Mariuza Guimarães, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ADUFMS), reflete a dificuldade de diálogo com o governo federal atual.

Mariuza destaca que após o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, houve várias mobilizações em defesa da educação pública, mas greves não foram declaradas, em parte devido à postura dos governos da época e aos três anos de pandemia que trouxeram incertezas globais.

“Não tivemos greves por diversas razões, incluindo a pressão sobre os servidores públicos e os impactos da pandemia”, explicou Mariuza. Ela ressalta que, apesar da ausência de greves, o sindicato sempre buscou recompor os salários e houve várias paralisações durante esse período.

“A atual gestão demonstra mais abertura ao diálogo. Apesar de reconhecermos as limitações, não podemos aceitar um reajuste de 0% em 2024”, afirma a presidente da ADUFMS. Ela também critica propostas que não contemplam os aposentados, que foram os mais afetados pela perda de poder aquisitivo.

Os técnicos administrativos da UFMS iniciaram a greve em 14 de março, enquanto os professores mantiveram-se em estado de greve, realizando uma paralisação em 3 de abril. Na terça-feira (23), uma assembleia geral da ADUFMS contou com a participação de 150 professores favoráveis à greve geral e 52 contrários. A partir de 1° de maio, os docentes de nove campi paralisarão as atividades, afetando cerca de 20.100 alunos.

A UFMS, em comunicado, ressaltou o respeito ao direito de greve e afirmou que as atividades acadêmicas estão mantidas. A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) tem apenas os técnicos administrativos em greve desde 18 de março, enquanto os docentes estão em estado de greve.

No Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), a greve teve início em 3 de abril. A UFGD informou que apoia o movimento dos técnicos, e os professores estão em estado de greve, acompanhando o cenário nacional e realizando assembleias para definir próximos passos.

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