Nos bastidores, Dilma já ensaia um “eu não sabia”, diz colunista

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A 23ª fase da Lava Jato está perto de ser o elemento que faltava para selar de vez o futuro do atual governo. A prisão do marqueteiro João Santana reacendeu conversas de bastidor sobre a permanência ou saída da presidente Dilma Rousseff do poder. O governo, claro, debate um cenário de sobrevivência política de Dilma, no qual se avolumam as divergências com o PT e o ex-presidente Lula, diz o jornalista Kennedy Alencar em seu blog.

Lula e o PT discordam das propostas da presidente para combater a crise econômica. O ministro Nelson Barbosa é criticado pelo ex-presidente em conversas reservadas. O PT já bate em Barbosa publicamente. Na avaliação do governo, é preciso dar uma resposta à crise econômica para juntar aliados suficientes no Congresso a fim de impedir que prospere a tese de impeachment. Segundo Kennedy, a prisão de João Santana complica esse cenário, porque introduz incertezas que afetam a economia.

Enquanto sustenta publicamente que todos os pagamentos a Santana foram realizados dentro da lei, há um discurso sendo debatido nos bastidores do governo: a presidente e seus auxiliares de campanha podem não ter conhecimento de eventuais irregularidades praticadas pelo marqueteiro. Kennedy aposta em uma nova versão do “eu não sabia”, que foi usada por Lula no mensalão. Dilma já ensaia um “eu não sabia”.

A oposição está dividida entre dois caminhos. Apostar na cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE ) ainda neste ano resultaria numa nova eleição presidencial. “No atual clima de guerra política, há no PSDB dúvida se um tucano sairia vencedor. Uma ala do partido prefere apostar no impeachment de Dilma, fazendo um acordo com o PMDB para que Michel Temer fique na Presidência. Esses são os cenários que estão sendo discutidos pelos políticos em Brasília”, analisou Kennedy Alencar.

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