Stephany Maciel, de 31 anos, morreu na noite deste domingo (18) após ter o corpo incendiado na calçada em frente à residência de seu ex-companheiro, no bairro Nova Campo Grande, em Campo Grande. A vítima, que residia em Dourados, estava na capital sul-mato-grossense para realizar sessões de hemodiálise.
De acordo com relatos de moradores da região, Stephany viveu por muitos anos no bairro durante o período em que foi casada com o homem em cuja casa ocorreu a tragédia. Após a separação, há cerca de quatro anos, ela se mudou para Dourados, mas mantinha visitas frequentes a Campo Grande para seu tratamento de saúde.
No domingo, Stephany aproveitou uma dessas viagens para reencontrar antigos vizinhos. Uma das vizinhas relatou que Stephany aparentava estar bem, apesar de ter histórico de depressão e tentativas anteriores de suicídio. “Ontem estava tranquila, estava alegre. Ela estava aqui, brincando, sorrindo, tomando cerveja com a gente”, contou a moradora.
Durante o encontro com os vizinhos, o ex-companheiro de Stephany teria passado pela rua na companhia de sua atual parceira, o que, segundo testemunhas, pareceu afetar o comportamento da jovem. “Ela mudou de atitude, ficou só no celular”, afirmou uma das vizinhas.
Em seguida, Stephany solicitou a entrega de uma roupa e se sentou em uma cadeira de fio na calçada em frente à casa onde seu ex-marido ainda reside. Pouco tempo depois, a tragédia se consumou.
“Foi tudo muito rápido. Entrei em casa e dormi um pouco. Minha filha me acordou gritando: ‘Mãe, mãe, acorda!’. Quando saí, vi ela pegando fogo na cadeira, bem na frente da casa do ex e um vizinho tentando apagar o fogo do corpo dela”, relatou outra vizinha, visivelmente abalada.
Moradores da região tentaram desesperadamente apagar as chamas que consumiam o corpo de Stephany, mas ela não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no local. A Polícia Militar e a Polícia Científica foram acionadas e realizaram a perícia na área para investigar as circunstâncias da morte.
As autoridades ainda não determinaram se o incêndio foi provocado pela própria vítima ou se houve a participação de terceiros. “Ela estava rindo antes, não deu nenhum sinal de que faria algo assim”, lamentou uma das moradoras, expressando a perplexidade dos vizinhos diante da fatalidade. O caso segue sob investigação.
Diante de notícias recentes que nos abalam profundamente, como a trágica perda de vidas por suicídio, reforçamos a importância vital da conscientização e da prevenção. O suicídio é uma questão complexa e multifacetada, que afeta pessoas de todas as idades, classes sociais e origens. É fundamental romper o silêncio e o estigma que cercam essa realidade.
Sinais de alerta podem incluir:
- Isolamento social e perda de interesse em atividades antes prazerosas.
- Mudanças drásticas de humor, incluindo tristeza profunda, irritabilidade e ansiedade.
- Expressão de desesperança, falta de propósito na vida e ideações suicidas.
- Alterações no sono e no apetite.
- Afastamento de amigos e familiares.
- Falar sobre morte ou suicídio.
- Organizar assuntos pessoais e se despedir de pessoas importantes.
Se você identificar algum desses sinais em você ou em alguém próximo, saiba que ajuda está disponível. Não hesite em buscar apoio profissional e em oferecer escuta atenta e acolhimento.
Onde buscar ajuda:
- CAPS (Centros de Atenção Psicossocial): Oferecem atendimento multidisciplinar e gratuito em saúde mental.
- UBS (Unidades Básicas de Saúde): Podem ser a porta de entrada para o cuidado em saúde mental.
- CVV (Centro de Valorização da Vida): Atendimento telefônico gratuito e 24 horas pelo número 188, além de chat e e-mail no site www.cvv.org.br.
- Serviços de emergência: Em situações de risco imediato, procure o SAMU (192) ou o Corpo de Bombeiros (193).
A prevenção ao suicídio é responsabilidade de todos. Ao nos informarmos, oferecermos apoio e buscarmos ajuda quando necessário, podemos construir uma rede de cuidado e esperança, contribuindo para salvar vidas.
Não sofra em silêncio. A vida sempre vale a pena.
Estado Diário