Vazamento de áudio expõe suposto esquema de fake news na campanha de Rose Modesto contra o candidato Beto Pereira

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O vazamento de áudio envolvendo a produtora de vídeo Iolanda Pereira de Araújo, da campanha de Rose Modesto à Prefeitura de Campo Grande, e Elder Gattely, diretor da produtora de elenco TAG ME Mídias, trouxe à tona uma suposição de esquema de descoberta de fake news e difamação, com alvos específicos: o deputado federal Beto Pereira (PSDB), o ex-governador Reinaldo Azambuja e o atual governador Eduardo Riedel, ambos do PSDB.

No áudio, Iolanda solicita a Elder uma seleção de atores com características físicas semelhantes a Beto, Azambuja e Riedel, destacando a gravação de vídeos com o objetivo de difamar esses adversários políticos. “Eu estou fazendo a campanha da Rose novamente e a gente precisa de um ator que seja parecido com Beto Pereira. (…) É um comercial que a gente vai fazer”, declara Iolanda em um trecho vazado. Em outra parte, ela detalha ainda as características desejadas para os atores que interpretaram Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel.

A ação de disseminação de desinformação gerou ao menos um vídeo, onde Matheus “interpretava” Beto Pereira em um script desabonador do candidato. O material foi amplamente distribuído em grupos de WhatsApp, atingindo um grande número de eleitores na véspera da eleição.

A TAG ME Mídias, por meio de sua assessoria jurídica, confirmou o contato realizado por Iolanda no final de agosto, porém negou que qualquer negociação tenha sido concluída ou que os atores tenham sido contratados para esse fim. A gravidade dos áudios, contudo, já gerou desdobramentos jurídicos.

A Polícia Federal, a pedido do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), cumpriu três mandatos de busca e apreensão em Campo Grande. A operação tem como foco a investigação da produção de vídeos falsos que afetaram diretamente a candidatura de Beto Pereira, com a utilização de atores como Matheus Lopes, que realizou a interpretação do deputado em vídeos comprometedores, amplamente distribuídos via WhatsApp.

O objetivo central das investigações, conforme confirmado pelo TRE-MS, é descobrir quem financia e se beneficia desse esquema de desinformação. Os materiais apreendidos, como computadores e celulares, poderão trazer à luz novos detalhes sobre a autoria e a extensão da rede envolvida na produção e divulgação de falsas acusações.

O impacto desse escândalo é profundo, pois evidencia o uso deliberado de táticas fraudulentas para manipular a percepção dos participantes e influenciar os resultados eleitorais. Este caso sublinha a necessidade de um processo eleitoral mais transparente e de uma fiscalização rigorosa, com avaliações efetivas para aqueles que tentam desvirtuar a democracia por meio da mentira e da difamação.

As investigações ainda estão em andamento, e os envolvidos podem enfrentar consequências legais graves, incluindo multas e avaliações penais, dependendo da extensão de seus crimes. O episódio também reforça a importância de que a sociedade permaneça vigilante e denuncie práticas fraudulentas que ameacem o processo democrático.

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