A partir deste domingo (27), a vacina contra a gripe estará disponível para toda a população de Campo Grande. Inicialmente, o ponto de vacinação confirmado é a Igreja Universal, localizada na Avenida Mato Grosso, 921, Centro. A partir de segunda-feira (28), as doses serão oferecidas em todas as unidades de saúde, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
A decisão foi tomada na manhã de sábado (26), durante reunião do Centro de Operações de Emergência (COE) para Doenças Respiratórias e Arboviroses, na Prefeitura de Campo Grande. O encontro contou com a presença da prefeita Adriane Lopes, da secretária municipal de saúde, Rosana Leite, do chefe de imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES/MS), Frederico de Moraes, da vice-prefeita Camila Nascimento e representantes de entidades do comitê.

A liberação da vacina para todos os públicos é uma resposta à crise na saúde pública, com aumento de casos de síndromes respiratórias, lotação de hospitais e decreto de situação de emergência em Campo Grande. “O boletim Infogripe da Fiocruz aponta que Mato Grosso do Sul enfrenta uma alta sustentada de casos, com tendência de continuidade pelas próximas quatro a seis semanas. A circulação viral é intensa, e a falta de leitos agrava a situação”, afirmou Rosana Leite.
A secretária destacou a gravidade do cenário, com aumento de casos de Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório, que sobrecarregam os leitos hospitalares. “Os casos graves demandam longos períodos de internação, dificultando a rotatividade de leitos. Há risco de colapso nas próximas semanas”, alertou.
Durante a reunião, Rosana descartou, por ora, a suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas, priorizando medidas como o Programa Aluno Imunizado. A iniciativa leva a vacinação às escolas, mediante autorização dos pais, que assinam um termo de consentimento. “Felizmente, a adesão dos pais tem sido total, o que ajuda a conter o avanço das doenças”, afirmou. O programa é uma parceria entre o Governo do Estado, Sesau, SES/MS, Secretaria Municipal de Educação (Semed) e Secretaria Estadual de Educação (SED/MS).
Rosana reforçou que a imunização é a principal estratégia para reduzir casos graves, mas alertou para cuidados adicionais, especialmente com bebês menores de 6 meses, devido à fragilidade imunológica e ao registro de óbitos. “Desde janeiro, temos mais de 70 mortes por síndromes respiratórias graves no estado, incluindo quatro crianças menores de quatro anos, duas delas com menos de um mês. Recomendamos evitar sair de casa com bebês, aglomerações e visitas”, orientou.
A situação de emergência na saúde, decretada por 90 dias, visa agilizar atendimentos e enfrentar o déficit de leitos na rede pública. A prefeitura e o governo estadual intensificam ações de prevenção e imunização para conter a crise epidemiológica.