TRANSPORTE COLETIVO CAUSA IRRITAÇÃO NA POPULAÇÃO DA CAPITAL

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Entre as maiores reclamações da população de Campo Grande quanto aos serviços públicos está o sistema de transporte público na capital. Na última terça-feira (24/10), a população demostrou claramente a insatisfação ao interromper o trânsito no Terminal Morenão revoltada com o atraso de uma linha de ônibus justo no horário de pico. Foi necessária intervenção da Guarda Civil Metropolitana para que o fluxo do transporte voltasse à normalidade.

As reclamações vão desde a falta de linhas, atrasos, condições e lotação dos ônibus, ruas esburacadas, desconforto nos terminais até a falta de ar-condicionado nos veículos que obriga os passageiros a enfrentarem temperaturas de até 50 graus em seus deslocamentos.

Recentemente a prefeitura anunciou a incorporação de 71 novos ônibus para substituição de 15% dos veículos da frota atual de 473 veículos que já estão com mais de 5 anos de uso e devem ser trocados pelos novos. Numa cidade que registra altas temperaturas, agravadas pelos efeitos das mudanças climáticas, nenhum dos novos veículos possui ar-condicionado, demonstrando que não é prioridade para a gestão atual oferecer mais conforto para a população que utiliza o transporte coletivo na capital. O grupo “Ligados no Transporte”, especializado no transporte da capital, denuncia que do total da frota de ônibus que atende 160 mil passageiros/dia, apenas 16 possuem ar-condicionado, o que representa aproximadamente 3,56% do total. No entanto, a situação se torna ainda mais crítica quando apenas três veículos circulam com o ar ligado, ou seja, menos de 1% da frota.

Paira ainda a ameaça dos trabalhadores do setor de realizarem, nos próximos dias, uma greve por melhores salários. Os aumentos da categoria estão diretamente ligados à elevação do preço da tarifa praticada pelo Consórcio Guaicurus e, portanto, a população pode começar a se preocupar com esse aumento sem perspectiva de nenhuma melhoria na qualidade dos serviços oferecidos.

Adelaide Ferreira, diarista, contou à reportagem que leva cerca de 1h30min no trajeto entre o bairro do Coronel Antonino, onde mora, até o Rita Vieira onde tem clientes. “Passo 3 horas dentro do ônibus para ir e voltar do trabalho, num veículo quente, em mau estado e sempre lotado. Ainda tenho que cuidar da casa e das crianças, espero que a prefeita, que é mulher, olhe para a nossa situação e melhore isso. Mas não sei não, já podiam ter feito alguma coisa e não fizeram”, declarou.

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