Na tarde de quarta-feira (12 de fevereiro), a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi brutalmente esfaqueada e morta pelo noivo, o músico Caio Nascimento, de 35 anos, dentro da residência do casal, no Bairro São Francisco, em Campo Grande. O crime ocorreu horas após a vítima ter procurado a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o companheiro por violência doméstica e solicitar uma medida protetiva, que foi prontamente concedida pela Justiça.
Vanessa Ricarte, que trabalhava no Ministério Público do Trabalho, já havia sido vítima de violência doméstica por parte de Caio Nascimento. Durante a madrugada, ela buscou ajuda na Deam, onde denunciou as agressões e obteve uma medida protetiva, na esperança de se proteger e evitar o pior.
Na tarde do mesmo dia, Vanessa retornou à residência acompanhada por um amigo para buscar roupas e pertences, temendo novas agressões. Ao chegar ao local, encontrou Caio, que a atacou com três facadas na altura do coração durante uma conversa.
Testemunhas relataram ter ouvido gritos e um vizinho, um aposentado de 60 anos, tentou pular o portão trancado para socorrer a jornalista. No entanto, o agressor se voltou contra ele com a faca, impedindo a entrada. Populares precisaram arrombar o portão para tentar ajudar a vítima.
A polícia chegou ao local em aproximadamente quatro minutos e encontrou Vanessa caída entre a sala e a cozinha. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada à Santa Casa, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu antes da meia-noite.
Caio Nascimento, que não resistiu à prisão em flagrante, possui um histórico de 11 registros por violência doméstica contra outras mulheres desde 2020. Vanessa Ricarte havia relatado à polícia que ele era usuário de drogas e álcool, e que se tornava agressivo quando embriagado. Além disso, ele havia feito ameaças de morte à jornalista um dia antes do crime.
No Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), constam seis pedidos de medida protetiva de ex-companheiras de Caio, na Vara da Violência Doméstica e Familiar. O músico também responde a outros sete processos por ameaça, um por roubo e um por difamação.
A tragédia de Vanessa Ricarte revoltou vizinhos, amigos e colegas de trabalho, que lamentaram a violência do crime. Este é o segundo feminicídio ocorrido em Mato Grosso do Sul em 2025.
O caso de Vanessa Ricarte é mais um triste exemplo de feminicídio no Brasil, onde a violência contra a mulher é um problema grave e persistente. É fundamental que as mulheres denunciem seus agressores e que a justiça aja com rapidez e rigor para punir os culpados e proteger as vítimas.