No último dia 13 de janeiro, em Deodápolis aconteceu um crime hediondo que resultou na morte brutal do jovem Bruno Santana Alves, de apenas 17 anos. O caso, que inicialmente parecia ter motivações obscuras, ganhou contornos chocantes após o depoimento de uma adolescente que era amiga da vítima.
Segundo relatos da adolescente de 14 anos, em seu depoimento sobre o assassinato de Bruno Santana, seu próprio pai, Fabiano Alves Capelaxio, teria proferido ofensas racistas ao jovem antes do crime. A tragédia desencadeou-se quando o pai, embriagado e exaltado, referiu-se ao rapaz como “preto” e declarou, de forma perturbadora, “você sabe que odeio preto”.
O delegado titular, Anderson Guedes de Farias, ressaltou a rapidez e eficiência das forças policiais na solução do crime, classificando-o como bárbaro e destacando o empenho da Polícia Civil e Militar no caso.
Conforme a versão da adolescente, Fabiano chegou em casa naquela noite alterado e, acreditando numa falsa acusação de abuso sexual envolvendo Bruno, arrastou a filha para fora da residência, buscando esclarecimentos. Em todo momento, o pai reiterava suas palavras ofensivas em relação ao jovem.
O desenrolar trágico teve início quando Fabiano, acompanhado de comparsas, abordou o tio de consideração de Bruno. O grupo o forçou a entrar em um veículo, dirigido pelo próprio filho de Fabiano, Rafael Kenedy da Silva Alves, de 19 anos. Em seguida, seguiram até a casa de Bruno, onde o jovem foi arrastado até o carro.
A vítima foi levada para uma área rural, onde, de forma cruel, teve seu pescoço ferido a faca por um dos envolvidos, Ryan Lucas Teixeira Salustriano. Fabiano, então, consumou o homicídio. O tio de consideração de Bruno, apesar de testemunhar o ato bárbaro, foi ameaçado e obrigado a pagar bebidas para os criminosos.
O crime foi presenciado pelo tio de Bruno, que, amedrontado, ficou escondido até procurar a polícia e relatar os detalhes do ocorrido. As diligências da Polícia Civil resultaram na prisão de todos os envolvidos, incluindo Ryan, João Pedro Leôncio de Lima e Erik Henrique da Silva Jesus, este último conhecido como Paulista.
Durante a investigação, ficou evidente que a falsa acusação de abuso sexual, alimentada pela mente deturpada de Fabiano, foi o gatilho para a barbárie que culminou na morte de Bruno. Todos os suspeitos, que têm histórico criminal, foram presos e passaram por exame de corpo de delito no Hospital Municipal Cristo Rei.
A filmagem do assassinato foi encontrada no celular de Erik Henrique da Silva Jesus. Os envolvidos responderão pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, traição de emboscada ou dissimulação, tornando impossível a defesa do ofendido.
Erik da Silva de Jesus, conhecido como Paulista, é egresso do sistema e já cumpriu pena por tráfico de drogas em São Paulo. Fabiano Alves Capelaxio, com histórico de violência doméstica, nunca havia sido preso antes. Ryan Lucas Teixeira Salustriano e João Pedro Leôncio de Lima também têm passagens pela Polícia, destacando a gravidade dos antecedentes criminais desses indivíduos.