Servidores estaduais protestam na Alems contra reajuste e pedem CPI para investigar déficit na Cassems

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Na manhã desta quinta-feira (3), servidores estaduais se reuniram em frente à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) para protestar contra o recente ajuste nos valores dos convênios de saúde da Cassems (Caixa de Assistência aos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul). Além do reajuste, os manifestantes pedem a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar um déficit de R$ 17 milhões na Cassems.

Por volta das 9h15, aproximadamente 35 pessoas já se concentravam em frente à Alems, e o plenário estava lotado para a manifestação contra as mudanças na Cassems. Os servidores alegam que o reajuste dos valores é desproporcional em relação aos salários recebidos e aos serviços prestados pelo convênio, considerados precários.

O sargento Jeferson Chaves, um dos manifestantes, relatou que paga quase R$ 1 mil mensais de mensalidade para a Cassems, que abrange seus dois netos e sua esposa como dependentes.

“Ganho pouco e o valor não condiz com a minha renda. Não importa se você é soldado ou concursado, o valor é desproporcional com a realidade do que o servidor ganha. O acréscimo de R$ 46 será descontado a cada pessoa incluída no plano da família. Eu não pago para viver de hospital, são paliativos quando não tem saída, mas se colocar na caneta o servidor vai pagar um carro popular por cada quatro anos”, opinou.

Outra servidora, que preferiu não ser identificada, destacou que paga mensalmente R$ 270 e recentemente enfrentou problemas na qualidade dos produtos utilizados em um procedimento cirúrgico de seu filho.

“A cirurgia de enxerto no rosto foi pelo plano da Cassems, mas em outro hospital. Ele [filho]teve que fazer enxerto ósseo porque o médico fez uma cirurgia semelhante em outra criança e o produto esfarelou. Então, ele se recusou a fazer com o mesmo produto. Vamos pagar e precisamos de melhoria no serviço”, afirmou a mulher.

Os servidores estão mobilizados contra o reajuste aprovado pela Cassems na última quinta-feira, que incluiu medidas que encareceram as mensalidades, como a contribuição fixa de R$ 45 sobre tratamentos odontológicos e terapias que exigem o uso de materiais de OPME (Órtese, Prótese e Materiais Especiais), limitada a R$ 180 por família.

A manifestação dos servidores incluiu a demanda pela abertura de uma CPI para investigar um déficit de R$ 17 milhões na Cassems. Eles alegam que as mudanças no convênio afetam negativamente a qualidade do serviço oferecido aos beneficiários e buscam uma revisão nas medidas adotadas pela instituição.

Em resposta às manifestações, o presidente da Cassems, Ricardo Ayache, defendeu que a assembleia que aprovou o reajuste foi realizada com ampla convocação e divulgação, e destacou a importância da mudança de modelo para trazer benefícios aos usuários do convênio. Ele ressaltou que a instituição se reuniu com representantes dos grupos de servidores para apresentar detalhes do cenário e justificar as mudanças propostas. A situação continua sendo acompanhada de perto pelos servidores e pelas autoridades estaduais.

Com informações do Midiamax

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