Nesta quarta-feira (1º), administrativos e profissionais da área técnica do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) deram início a uma greve em busca de melhorias nas condições salariais. O movimento visa pressionar a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) a revisar a proposta apresentada, que ficou abaixo da expectativa dos trabalhadores.
A paralisação, que começou com a mobilização de aproximadamente 40 pessoas em uma tenda montada no pátio do hospital, é uma resposta à proposta de reajuste salarial de apenas 2,15% oferecida pela Ebserh, valor considerado insuficiente pelos grevistas, especialmente diante da inflação acumulada, que se aproxima dos 4% nos últimos doze meses.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores reivindicam melhorias no tíquete alimentação, pleiteando um aumento de R$ 14 para R$ 15 por dia. A Ebserh é responsável pela administração de 42 hospitais universitários em todo o país, incluindo o Humap, ligado à UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que também aderiu ao movimento de greve.
O presidente do Sindserh-MS (Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Públicas de Serviços Hospitalares no Mato Grosso do Sul), Wesley Cassio Goully, enfatizou a importância da mobilização dos servidores em defesa de seus direitos, destacando a preocupação com a saúde pública em meio ao decreto de emergência por surto de doenças respiratórias. No entanto, ressaltou que é necessário pressionar o governo para que reconheça a necessidade de valorização dos trabalhadores da saúde.
Goully também alertou que, caso não haja avanços nas negociações, o grupo está disposto a adotar medidas mais drásticas, como o fechamento de leitos não prioritários e a paralisação de cirurgias não eletivas. Tais medidas, segundo ele, seriam uma forma de evidenciar a gravidade da situação e forçar uma resposta por parte do governo em relação às demandas dos trabalhadores.
A greve segue por tempo indeterminado até que as negociações entre os servidores e a Ebserh avancem e um acordo satisfatório seja alcançado. Enquanto isso, os serviços hospitalares continuarão funcionando com um percentual reduzido de pessoal, afetando principalmente áreas administrativas e de enfermaria, conforme explicado pelo presidente do Sindserh-MS.