Campo Grande sediou, nesta terça-feira (18), a solenidade de abertura do Seminário Internacional da Rota Bioceânica, evento que reúne autoridades, especialistas e representantes de quatro países para discutir os desafios e oportunidades do novo corredor rodoviário. O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou que a iniciativa vai além da integração comercial e física, promovendo um sentimento de fraternidade e irmandade entre os países envolvidos. “O que nos une é tirar este sonho do papel. O sentimento de irmandade é o principal elo da Rota Bioceânica, muito mais do que as obras e o comércio internacional”, afirmou.
Riedel ressaltou que os países terão grandes desafios pela frente, especialmente em infraestrutura e diplomacia, mas que os benefícios alcançarão toda a população ao longo do trajeto. “Vamos buscar a fluidez e integração em todas as áreas. A rota será um motivo de competitividade para o setor privado. No ano que vem, teremos a inauguração da ponte binacional e das estradas que viabilizarão o corredor”, explicou. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também presente no evento, reforçou a importância da iniciativa, lembrando que, além da rota por Porto Murtinho, outros quatro corredores estão em andamento para conectar o Brasil aos países da América do Sul rumo ao Oceano Pacífico.
O secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), enfatizou que o corredor bioceânico representa mais do que uma obra física, mas uma integração sem fronteiras. “É um novo capítulo da geopolítica, que vai além do concreto e asfalto. É a integração de pessoas, um compromisso com o futuro que impactará muitas vidas e abrirá um leque de oportunidades”, disse. O porto de Iquique, no Chile, localizado em ponto estratégico do corredor, foi destacado como uma das principais vias de acesso ao Oceano Pacífico.
O governador da região chilena de Tarapacá, José Miguel Carvajal Gallardo, participou da abertura e celebrou o momento histórico. “Vivemos um momento de muito orgulho. Este é um sonho econômico e social, um projeto humanizador que reduzirá a distância entre os povos. É uma oportunidade significativa para a América do Sul”, afirmou. O corredor bioceânico, com 3.320 km, conectará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, facilitando o acesso ao mercado asiático e promovendo o desenvolvimento regional.
O Seminário Internacional da Rota Bioceânica e o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico são realizados pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc, com apoio da Fiems, Sebrae/MS, Energisa e Águas Guariroba. O evento, que segue até quinta-feira (20), no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, conta com painéis, reuniões técnicas e atividades culturais, reunindo autoridades, empresários e especialistas de diversas áreas.
O objetivo do encontro é fomentar o desenvolvimento e a integração regional, destacando as oportunidades econômicas e os desafios logísticos e diplomáticos que o corredor bioceânico trará para os países envolvidos. Com a inauguração da ponte binacional e a conclusão das obras rodoviárias previstas para o próximo ano, a Rota Bioceânica promete ser um marco na geopolítica sul-americana, fortalecendo laços comerciais, culturais e sociais entre as nações.
