Desde o dia 30 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro está nos Estados Unidos e sem data para voltar. Apesar de não estar no Brasil, o destino de Bolsonaro vem sendo traçado tanto pelos seus aliados quanto pelos seus opositores.
Em uma entrevista para o podcast The Charlie Kirk Show, Bolsonaro disse que deve retornar ao Brasil nas próximas semanas.
O seu objetivo seria fazer uma oposição ao atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu tenho que continuar na política”, disse.
Vale lembrar que desde que perdeu a eleições para Lula, Bolsonaro evita comentar as manifestações de seus apoiadores, como os bloqueios nas estradas, os acampamentos nas portas dos quartéis e os atos antidemocráticos em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Bolsonaro 2026
O plano dos aliados do ex-presidente é que ele concorra às eleições de 2026. Em entrevista para o Poder 360, o senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, afirma que é natural é que seja candidato daqui a quatro anos, mas que muita coisa pode acontecer até lá.
“Independente de qual seja a decisão dele lá na frente, certamente a direita vai estar muito bem representada com alguém próximo a nós, se não for ele próprio, obviamente. Na minha cabeça o trabalho é para que ele seja o candidato em 2026”, disse.
Para o cientista político e diretor do Instituto Brasilis, Alberto Carlos Almeida, a dúvida é se Bolsonaro se tornará inelegível ou não. Nesse caso, ele poderia apoiar a candidatura de outra pessoa, como seu filho Eduardo Bolsonaro.
“Se Bolsonaro não for tornado inelegível pelo STF ele disputará. Mas tenho a impressão que a elite percebeu que Bolsonaro é uma ameaça à democracia”, afirma.
Caso ele tente a presidência, Alberto Carlos não descarta que Lula tente um quarto mandato. “É difícil perder a reeleição, até Dilma conseguiu ser reeleita, só mesmo Bolsonaro para perdê-la”.
Embora não tenha vencido Lula, Bolsonaro conseguiu eleger uma base de direita e extrema-direita expressiva no Congresso, o que promete dificultar a vida do atual governo.
Michelle
A esposa do ex-presidente, Michelle Bolsonaro, parece ter entrado de cabeça na política. Ela voltou ao Brasil no dia 26 de janeiro e assumirá o setorial PL Mulher, do partido PL, depois do carnaval. O plano do partido é que ela organize diretórios do PL Mulher nos estados e não descarta que pode apoiar a candidatura parlamentar de Michelle.
Fim do foro privilegiado
Por outro lado, Bolsonaro não tem mais foro privilegiado, por isso, o que não faltam são investigações contra o ex-presidente.
Nesta sexta-feira (10), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, enviou para primeira instância da Justiça Federal do DF quatro pedidos de investigação contra Bolsonaro. Como ele não tem mais privilégios políticos, não cabe mais ao STF avaliar os pedidos.
As investigações são sobre declarações do ex-presidente às vésperas e durante as comemorações do 7 de Setembro contra o tribunal e ministros da Corte. Os pedidos são de parlamentares que afirmam que as falas de Bolsonaro “amplificam e reverberam a retórica antidemocrática e golpista”.
Também estão sendo investigados casos de racismo e de desvios no Ministério da Educação durante o seu governo.