Santa Casa de Campo Grande faz apelo urgente à Prefeita por repasses financeiros e Adriane Lopes ignora

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Saúde na capital corre risco de colapsar

A presidência da Santa Casa de Campo Grande fez um apelo público à prefeita Adriane Lopes (Progressistas), solicitando que a chefe do executivo municipal deixe de ignorar as demandas financeiras urgentes do hospital. A instituição de saúde alerta que o atendimento à população pode entrar em uma fase crítica e informa que está recorrendo da suspensão de R$ 46 milhões que deveriam ter sido repassados ao hospital.

O montante em questão é referente a repasses da União e do município destinados ao hospital durante o período da pandemia da Covid-19. A Santa Casa havia obtido uma decisão judicial favorável em primeira instância, mas a prefeitura conseguiu reverter o resultado em um recurso de segundo grau.

A crise financeira se arrasta há meses. Em 6 de fevereiro deste ano, a Santa Casa enviou um ofício à Promotora de Justiça Daniela Costa da Silva, da 32ª Promotoria de Justiça da Saúde Pública de Campo Grande, expondo as constantes ausências da prefeita Adriane Lopes em reuniões que tinham como objetivo a repactuação do contrato entre o hospital e o município.

“Sendo assim, sem mais condições de suportar as dificuldades que se somaram no período, como último recurso, protocolamos o ofício anexo a este, buscando uma solução emergencial…”, diz um trecho do ofício assinado pela presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima.

Em outra parte do documento, o hospital ressalta que a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) não recebe reajustes desde 2007, o que reforça a urgência da repactuação contratual com a prefeitura. A Santa Casa apresentou ao Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPE-MS) um estudo de viabilidade para a contratualização, com base em dados de 2024, além de notificar problemas na lavanderia e no sistema de ar-condicionado da unidade.

O hospital também informou ao MPE-MS que o município de Campo Grande realizou pagamentos mensais de R$ 1 milhão, de julho a dezembro de 2022. No entanto, esse valor foi retirado a partir de janeiro de 2023, gerando um passivo de R$ 25 milhões até o momento.

A Santa Casa destacou ter oferecido uma possibilidade de acordo à prefeitura, propondo um desconto de 10% sobre o valor da causa referente aos R$ 46 milhões. O montante seria destinado à regularização da folha de pagamento dos médicos, que estaria com quatro meses de atraso, além de outros compromissos financeiros da unidade.

“Esperamos a reunião com Vossa Excelência para entrar num consenso quanto as dificuldades da Instituição, haja vista que cuida única e exclusivamente da saúde dos cidadãos e que a falta de atendimento por certo será devastadora causando morte aos pacientes”, finaliza a presidência da Santa Casa em seu apelo.

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