A Santa Casa de Campo Grande enfrenta dificuldades para retomar cirurgias eletivas devido à falta de insumos, que depende de um repasse de R$ 25 milhões do governo do Estado, previsto para 20 de abril. O hospital, superlotado desde março, prioriza atendimentos de urgência no pronto-socorro, mas sofre com escassez de equipamentos e medicamentos. O setor ortopédico, projetado para 13 pacientes, chegou a ter 80 internados, número que caiu para 63, ainda acima da capacidade.
O repasse, oriundo de emendas parlamentares, será transferido em três parcelas de R$ 8,3 milhões para suprir estoques e salários médicos. A Santa Casa pediu à Sesau a suspensão de encaminhamentos não emergenciais, enquanto o governador Eduardo Riedel cobra mudanças na gestão para focar em casos de alta complexidade, reduzindo a sobrecarga. A prefeitura planeja abrir 50 leitos em unidades filantrópicas para aliviar a demanda, intensificada por um surto de doenças respiratórias e acidentes.
Hospitais particulares, como o Cassems, também estão lotados, operando acima da capacidade devido ao aumento de casos respiratórios. A crise expõe o déficit de 1,3 mil leitos na capital, todos ocupados, o que gera filas de espera crescentes. A Santa Casa espera que a nova gestão e os recursos melhorem a qualidade do atendimento, mas a solução depende da chegada efetiva do repasse e da ampliação de leitos.