Rose pediu ausência de Marquinhos na convenção de ontem parceria com o ex-prefeito é mala pesada de carregar para a candidata

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A parceria entre Rose Modesto (União Brasil) e o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PDT) parece mesmo fadada ao desastre. Grande ausência sentida no sábado, durante a convenção que oficializou o nome de Rose à Prefeitura de Campo Grande, Marquinhos é uma “mala difícil de carregar”. Segundo um assessor do ex-prefeito, que pediu sigilo de fonte, o chefe não compareceu à convenção do União Brasil à pedido da própria “parceira”, Rose.
Marquinhos foi defenestrado da política sul-mato-grossense após ser alvo de gravíssimas denúncias na Justiça. Rose, por sua vez, descascou Marquinhos durante a campanha de 2020, quando ambos se enfrentaram encarniçadamente no primeiro turno. Na oportunidade, ela foi uma das principais candidatas, mas não conseguiu avançar para o segundo turno, em parte pelos duríssimos ataques feitos por Marquinhos e sua ‘entourage’.
As ‘gentilezas’ de Marquinhos à Rose não foram poucas. Certa vez, em 2015, classificou a atual ‘colega do peito’ de ter atitudes de ‘mulher de beira de estrada e de fundo de boate’, em pronunciamento feito à época em que ocupava uma vaga na Assembleia Legislativa e Rose era vice-governadora do Estado.
“Todas as mulheres sul-mato-grossenses se sentiram ofendidas com essas declarações. Quantos diálogos comprometedores devem ter nessas gravações do ponto de vista moral e que não vieram à tona? E se viessem, não chamariam tanto a atenção. Entretanto, por ser mulher, já querem taxá-la disso ou daquilo”, afirmou a então deputada Mara Caseiro à época.
Outro fato curioso nesta aliança é o fato de que a atual prefeita da capital, Adriane Lopes (Progressistas), ter herdado a poltrona de Marquinhos quando esse abandonou a Prefeitura para tentar ser alçado ao Governo do Estado em 2022. Marquinhos esteve à frente da capital de 2016 a 2022, largando o pepino em que se encontrava (e ainda se encontra) a cidade nas mãos de sua vice, Adriane. Como se sabe, Marquinhos levou uma bela sova do atual governador, Eduardo Riedel (PSDB), em uma derrota política que deixou cicatrizes profundas em sua credibilidade política e moral.
O clima no paço municipal é de incredulidade e raiva pela traição de Marquinhos. “Onde já se viu. A Adriane segurou as pontas para que o ele disputasse o governo e agora toma esta facada pelas costas”, disse um secretário municipal, em off.
O apoio do PDT a Rose não foi unanimidade dentro do partido. O deputado estadual Lucas de Lima, por exemplo, deixou a presidência da legenda na capital quando Marquinhos se filiou. Na época, ele declarou ao jornal Correio do Estado que o apoio do ex-prefeito de Campo Grande representa uma ingerência da “velha política” no partido.
O apoio de Marquinhos à Rose é daqueles que a custam mais do que compensam. Como ostentar o aliado diante da péssima situação em que se encontra a cidade (que ele governou por 6 dos últimos oito anos) e, especialmente, por conta das acusações de assédio sexual que pesam sobre ele? Vale lembrar a cronologia das denúncias e processos contra o ex-prefeito de Campo Grande.

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