O ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, deve se filiar ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto, para concorrer ao Senado nas eleições de 2026. Já o governador Eduardo Riedel, também do PSDB, pode ingressar no PP, da senadora Tereza Cristina, para buscar a reeleição. As informações foram confirmadas por fontes próximas às legendas em Mato Grosso do Sul ao Correio do Estado.
Uma reunião marcada para amanhã, em Brasília (DF), com Azambuja, Riedel, Bolsonaro, Costa Neto e o senador Rogério Marinho (PL-RN), definirá o futuro partidário dos dois. Segundo as fontes, a estratégia visa fortalecer a direita no estado: Azambuja lideraria o PL, enquanto Riedel se aliaria à ex-ministra da Agricultura no PP. Isso aumentaria as chances de Bolsonaro eleger um senador e garantir o apoio de um governador reeleito dentro de seu arco de alianças.
Dos três deputados federais do PSDB sul-mato-grossense, Beto Pereira deve acompanhar Azambuja no PL e buscar a reeleição. Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, por outro lado, permaneceriam no partido resultante da fusão entre PSDB e Podemos, mas apenas Nogueira tentaria a reeleição. Resende busca uma vaga como primeiro suplente de senador ou até uma candidatura ao Senado. O destino dos seis deputados estaduais do PSDB e dos três do PL será definido em tratativas entre Azambuja e Bolsonaro.
Azambuja assumirá a presidência estadual do PL, com autonomia para organizar o partido nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. Há expectativa de que a maioria dos 44 prefeitos eleitos pelo PSDB migre para o PL ou outros partidos de direita, como PP, União Brasil e Republicanos.
Procurado, Azambuja negou que as decisões estejam tomadas. “Eu e o Riedel ainda não definimos nada. A reunião com Bolsonaro é para alinhamento político. Tudo agora é especulação”, afirmou.
Riedel e o PP
Fontes revelaram que Riedel acertou sua ida ao PP durante o feriado de 1º de Maio, quando recebeu Tereza Cristina em sua fazenda, em Maracaju. Apesar de convites do PL e do PSD – este último já atraiu os governadores Raquel Lyra (PE) e Eduardo Leite (RS) –, Riedel optou pelo PP, que integra uma superfederação com o União Brasil. A escolha garante mais tempo de rádio e TV, além de acesso a cerca de R$ 1 bilhão do Fundo Eleitoral para 2026. No PP, Riedel manterá alianças com PL, PSD, MDB e Republicanos, fortalecendo sua campanha à reeleição.
A assessoria de Riedel informou que ele aguarda a conclusão da fusão entre PSDB e Podemos, prevista para o primeiro semestre, e a possível formação de uma federação com MDB e Republicanos, antes de anunciar oficialmente seu futuro partidário.
A fusão entre PSDB e Podemos, em andamento em maio de 2025, é um movimento estratégico para fortalecer ambos os partidos diante de desafios eleitorais e da cláusula de barreira. O processo foi aprovado por unanimidade pela Executiva Nacional do PSDB em 29 de abril de 2025, com uma Convenção Nacional marcada para 5 de junho para formalizar a união, que ainda depende de aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A nova legenda, provisoriamente chamada “PSDB Podemos”, busca posicionar-se como uma alternativa de centro, longe da polarização, unindo os 13 deputados federais do PSDB e os 20 do Podemos, além de 401 prefeitos e 5.330 vereadores.
Os partidos compartilham afinidades programáticas, como a defesa da democracia, transparência e responsabilidade fiscal. O PSDB traz seu legado de estabilidade econômica e reformas estruturantes, enquanto o Podemos enfatiza participação popular e uso de tecnologia. Há planos de formar uma federação com outras siglas, como MDB, Republicanos ou Solidariedade, para ampliar a musculatura eleitoral visando 2026. No entanto, há resistências: o Cidadania, ex-parceiro do PSDB, rejeita uma nova federação devido a perdas passadas, e o Republicanos vê poucos benefícios na união.