Orçamento para o setor, que já era limitado, encolheu significativamente ao longo dos anos
Campo Grande tem sido marcada por uma contínua diminuição de recursos destinados ao setor de esporte e lazer, comprometendo o desenvolvimento de atividades essenciais para a qualidade de vida da população.
O orçamento para o setor, que já era limitado, encolheu significativamente ao longo dos anos, passando de 0,47% do total em 2020 para 0,36% em 2024. Apesar do aumento nominal de R$ 20,2 milhões em 2020 para R$ 22,9 milhões em 2024, o montante destinado não acompanhou o crescimento do orçamento geral da cidade.
Essa redução progressiva de investimentos reflete-se diretamente na precariedade de várias estruturas esportivas e na falta de continuidade em obras importantes, como o Parque Jacques da Luz e a revitalização de pistas de skate na cidade. Ao mesmo tempo, os processos licitatórios destinados à reforma e revitalização de espaços de lazer têm enfrentado dificuldades, não apenas pela falta de interessados, mas também pelos valores insuficientes oferecidos pela administração municipal, que não atraem empreiteiras.
Estruturas abandonadas e obras paralisadas
O Parque Jacques da Luz, nas Moreninhas, é um exemplo emblemático do descaso com a infraestrutura esportiva. Prometida como uma reforma de grande porte, com melhorias nos alambrados, sistema elétrico, piscinas e outras instalações, a obra não saiu do papel. Moradores da região denunciaram que as piscinas estão há 10 anos abandonadas e viraram grandes criadouros do mosquito da dengue.
Equipamentos de academia ao ar livre destinados ao parque estão ao relento, acumulando ferrugem e danificação, enquanto a licitação para as reformas permanece sem conclusão. O parque, inaugurado há 30 anos, deveria ser um dos grandes espaços de convivência e prática esportiva da região, mas hoje é um retrato da falta de planejamento e execução.
Outro exemplo alarmante é a situação das pistas de skate do Parque do Sóter e da Orla Morena. Mesmo com o skate em evidência no cenário esportivo nacional e internacional, as pistas, que deveriam ter sido reformadas, permanecem em condições deploráveis, com pisos quebrados, obstáculos enferrujados e acumulação de água quando chove. Ao perder o timming para investir no esporte, a capital não apenas prejudica os praticantes locais como também deixa de aproveitar o potencial olímpico da modalidade.