PRF apreende mais de 800 kg de cocaína escondidos em cargas de minério em 48 horas

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou duas grandes apreensões de cocaína escondida em cargas de minério de ferro em um intervalo de aproximadamente 48 horas em Mato Grosso do Sul, totalizando mais de 800 kg da droga. A última apreensão ocorreu na tarde de quinta-feira (3) na BR-262, em Campo Grande, onde foram localizados 368 kg de cocaína ocultos em meio a uma carga de minério de ferro.

Anteriormente, na terça-feira (1º de abril), outra ação da PRF na BR-262, no município de Terenos, resultou na apreensão de 452 quilos de cocaína, também escondidos em uma carga de minério. Nesta operação, o trabalho de cães farejadores foi fundamental para a localização da droga.

Com essas duas ações, a Polícia Rodoviária Federal já retirou de circulação 820 kg de cocaína que estavam sendo transportados de forma dissimulada em cargas lícitas de minério de ferro.

Droga em fundo falso

Na abordagem da carreta na BR-262, o motorista informou aos policiais que transportava uma carga de minério de ferro com destino a Minas Gerais. No entanto, a fiscalização minuciosa levantou suspeitas sobre um fundo falso no reboque do veículo.

Após a descarga do minério, os policiais encontraram um compartimento oculto na carroceria, onde estavam armazenados:

  • 260 kg de pasta base de cocaína
  • 108 kg de cloridrato de cocaína

Questionado, o motorista relatou ter recebido a droga em Miranda, cidade distante cerca de 207 quilômetros de Campo Grande. Ele foi preso em flagrante e encaminhado ao Centro Integrado de Polícia Especializada (CIPE), enquanto a carreta e a droga foram levadas para a Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) na capital.

Apesar de o motorista não ter especificado a cidade mineira de destino, a necessidade de esvaziar o caminhão sugere que ele carregou a droga em Miranda, seguiu para Corumbá para carregar o minério e, posteriormente, retornou pela região de Campo Grande, onde foi interceptado.

O grande fluxo de caminhões carregados com minério de ferro ou manganês que saem diariamente de Corumbá, cerca de 400 por dia, aliado à proximidade da fronteira com a Bolívia, facilita o uso dessa rota por caminhoneiros a serviço do tráfico internacional de drogas.

“Mocós” ainda em uso

As recentes apreensões demonstram que o crime organizado continua utilizando métodos antigos para o transporte de drogas, como os chamados “mocós” – esconderijos construídos em veículos para ocultar as substâncias ilícitas.

Apenas neste ano, em um período de 30 dias, carregamentos de drogas foram encontrados escondidos de diversas maneiras: entre cargas de ossos, minério e até mesmo em meio a produtos de limpeza.

Em 12 de fevereiro, por exemplo, 120 kg de cocaína foram apreendidos na BR-262, fracionados e escondidos em tambores plásticos de 200 litros em uma carga de ossos.

Menos de dez dias depois, outra interceptação na BR-262 revelou 391 kg de cocaína e 247 kg de maconha ocultos em um bitrem que transportava minério de ferro.

Outro caso recente envolveu uma carga de produtos de limpeza, utilizada para camuflar um carregamento de cocaína avaliado em R$ 15 milhões pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron), após a apreensão no início de março.

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