O prefeito de Ladário, Munir Ramunieh (PSDB), revelou um cenário financeiro crítico no município vizinho a Corumbá, com uma dívida de R$ 55 milhões herdada da gestão anterior. Após assumir o cargo com 58,82% dos votos, Ramunieh enviou um relatório detalhado ao Ministério Público e, ao completar 100 dias de gestão nesta sexta-feira, anunciou o pagamento de R$ 19,7 milhões, o que representa 36% do débito total.
As contas pendentes deixadas pela administração do ex-prefeito Iranil Soares (PP) incluem dívidas com fornecedores, ações judiciais perdidas à revelia (totalizando R$ 7 milhões), contas de energia e água, precatórios, aluguel de imóveis (alguns sequer utilizados), empréstimos bancários e débitos telefônicos. “Estamos renegociando com os prestadores de serviços. Não queremos ser uma prefeitura caloteira”, afirmou Munir Ramunieh. Na semana anterior, a prefeitura firmou um acordo de parcelamento com a Sanesul, empresa estadual de saneamento à qual o município devia R$ 10 milhões.
Apesar de receber royalties da mineração (R$ 5,9 milhões em 2024), após a revisão territorial com Corumbá, Ladário não possui um forte setor industrial ou produção agrícola significativa, estando localizada dentro da área do Pantanal. Diante das dificuldades financeiras, intensificadas pela baixa arrecadação própria e pelo desequilíbrio das contas públicas, o prefeito Munir Ramunieh prometeu quitar o restante da dívida até o mês de julho. “Quando abrimos a caixa preta encontramos um ninho de ratos”, alegou o tucano.
O prefeito destacou que o município tem passado por uma transformação com o apoio do Governo do Estado e a destinação de emendas parlamentares. “Hoje temos um pacote de obras de R$ 55 milhões, dos quais R$ 17 milhões são do Estado em infraestrutura (pavimentação de ruas) e 20 milhões da União para a reurbanização do porto geral”, explicou. Ele ressaltou que os recursos para a revitalização da orla foram desbloqueados após a reformulação do projeto, que havia sido reprovado na gestão anterior.
