O Ministério Público Eleitoral (MPE) denuncia prefeito de Corumbá por corrupção eleitoral e falsidade ideológica eleitoral
O Ministério Público Eleitoral (MPE), através da Procuradoria Regional Eleitoral, encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) denúncia contra o prefeito de Corumbá, Marcelo Aguilar Iunes (PSDB). As acusações incluem crimes de corrupção eleitoral (Artigo 299 do Código Eleitoral) e falsidade ideológica eleitoral (Artigo 350 do Código Eleitoral), com o objetivo específico de garantir sua reeleição nas eleições municipais de 2020.
De acordo com o procurador regional eleitoral Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves, as investigações do MPE revelaram que o prefeito cometeu corrupção eleitoral 24 vezes e falsidade ideológica sete vezes. Caso seja condenado pela Justiça Eleitoral, ele pode enfrentar até quatro anos de reclusão e pagamento de cinco a quinze dias de multa pelo Artigo 299, e até cinco anos de reclusão e pagamento de cinco a quinze dias de multa pelo Artigo 350.
Além do prefeito, o servidor comissionado Marconi de Souza Júnior e a servidora técnica de Saúde Mariluce Gonçalves Leão também foram denunciados. Ambos são acusados de envolvimento em esquema de corrupção eleitoral, oferecendo dinheiro, dádivas e outras vantagens para obter votos para o então candidato à reeleição.
O documento da denúncia destaca ainda que o prefeito omitiu informações em documentos públicos, incluindo a contratação de serviços de cabos eleitorais. A Polícia Federal abordou Marconi de Souza Júnior após as eleições, encontrando em seu veículo uma planilha com dados eleitorais, dinheiro em espécie, listas de eleitores e materiais de campanha.
As investigações revelam a existência de uma associação criminosa composta por agentes públicos e políticos que atuavam no município, praticando crimes eleitorais, incluindo compra de votos. O esquema envolvia a realização ou antecipação de exames e procedimentos médicos como parte do processo de captação ilícita de votos.
O prefeito Marcelo Iunes afirmou que não pode comentar a denúncia, pois ainda não foi notificado.