A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul deflagrou uma nova frente de investigação em relação às eleições municipais de 2024. Desta vez, a mira é a irmã de um candidato a vereador em Corumbá, que foi flagrada com dinheiro em espécie e listas com nomes de supostos cabos eleitorais, levantando suspeitas de compra de votos.
A operação ocorreu na última sexta-feira (20), quando a mulher foi abordada por agentes federais. Durante a abordagem, foram encontrados maços de dinheiro, inclusive com notas rasuradas a caneta, com o que a polícia acredita serem os nomes de eleitores.
Em depoimento, a suspeita admitiu contratar e pagar colaboradores da campanha de forma informal, sem registro em contrato. Ela relatou que os pagamentos eram feitos a cada 15 dias, com valores variando entre R$ 50 e R$ 300, mas não soube explicar os critérios utilizados para definir esses valores.
A Polícia Federal apreendeu celulares, listas com nomes de beneficiários, folhas de recibo e R$ 3.650,00 em espécie. O material apreendido será analisado para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.
A forma como os pagamentos eram realizados, sem nenhum tipo de controle formal, levanta suspeitas de que o dinheiro estava sendo utilizado para comprar votos. A prática de rasurar as notas com os nomes dos beneficiários é um indicativo de que os pagamentos eram feitos de forma individualizada, o que é característico de esquemas de compra de votos.
A Polícia Federal ressalta que a investigação está em andamento e que novas informações podem surgir. A suspeita foi liberada após prestar depoimento, mas permanece à disposição da Justiça.
O espaço está aberto para o candidato se pronunciar.
A compra de votos é um crime eleitoral grave, que pode levar à cassação do registro de candidatura e à inelegibilidade do candidato. Além disso, os envolvidos podem responder criminalmente pelo crime de corrupção eleitoral.