A Polícia Federal lançou a terceira fase da Operação Casa de Ouro, direcionada à investigação de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS). A operação busca desmantelar um esquema que envolve um imóvel de alto valor, cinco empresas e três diferentes compradores: o registrado oficialmente, o do contrato de gaveta e o verdadeiro proprietário, identificado como um servidor público.
Sete mandados de busca e apreensão estão sendo executados em Campo Grande, com imóveis de empresários como alvos principais. Um dos mandados foi cumprido no Edifício Eudes Costa, na Vila Célia, dentro das investigações em andamento.
A Operação Casa de Ouro visa combater uma organização criminosa especializada em fraudar licitações e desviar recursos públicos. Essa organização foi identificada em operações anteriores, como a Operação Lama Asfáltica e as Operações Mineração e Terceirização de Ouro.
Segundo a Receita Federal, as investigações indicam a contratação indevida de empresas por meio de licitações fraudulentas. A análise dos materiais apreendidos em operações anteriores e os dados obtidos por meio da quebra de sigilos bancários, fiscais e de comunicação revelaram diversos mecanismos de dissimulação utilizados para ocultar a destinação dos recursos desviados.
Parte dos valores desviados foi transferida para contas de outras empresas, mas transações bancárias e documentos apreendidos mostram vínculos entre o beneficiário do crédito bancário, o vendedor do imóvel e o responsável pelo desvio dos recursos públicos.
Na ação desta quarta-feira (10), os sete mandados de busca e apreensão em Campo Grande visam confirmar o enriquecimento ilícito e a lavagem de dinheiro, evidenciando transações imobiliárias ocultas e movimentações financeiras envolvendo terceiros.
Participam da operação cinco Auditores-Fiscais e cinco Analistas Tributários da Receita Federal, 28 policiais federais, dois Procuradores da República e dois servidores da Controladoria-Geral da União (CGU).