Antônio João, MS – A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul iniciou começa investigação onde vai apurar possíveis casos de tráfico de crianças na fronteira com o Paraguai. Em Antônio João, a 280 quilômetros de Campo Grande, aconteceu uma situação em que a mãe desistiu de vender a filha recém-nascida e foi mantida refém pelos criminosos, a partir desse episódio a Polícia começou a investigar.
Segundo a Polícia a mulher e a criança, de apenas 11 meses de vida, foram resgatadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Fátima do Sul, durante a Operação Protetor realizada nesta quinta-feira (30).
A delegada Maria Gabriela Vanoni, titular da DAM, declarou que o resgate foi efetuado após uma denúncia de tráfico de crianças feita por lideranças indígenas da região.
“Reiteradamente vêm ocorrendo casos de crianças paraguaias que são levadas ao Brasil em situação irregular, incorrendo em possível tráfico internacional de crianças”, explicou Vanoni.
Inicialmente, a mãe, de origem paraguaia, veio ao Brasil para dar à luz e prometeu entregar o bebê a uma brasileira, que compraria a criança. No entanto, após o nascimento, a mãe decidiu não seguir com o acordo. “Contudo, após o nascimento da criança, a mãe manifestou que não tinha mais interesse em entregar-lhe a criança”, diz a nota da Polícia Civil.
Diante da recusa da mãe em entregar a criança, a suposta compradora nao permitiu que a mae e filha saísse do lugar, exigindo o pagamento de mil reais para liberar as duas ou que entregasse a criança. Sem condições de pagar e temendo por sua vida e pela vida de sua filha, a mãe não conseguiu retornar ao seu país.
Após receber a denúncia, a polícia foi ao local e estabeleceu contato com a mãe. “A equipe policial, juntamente com o Conselho Tutelar, procedeu ao resgate da mãe e da criança, e conduzimos a autora para a delegacia, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante”, detalhou a delegada. A suspeita foi presa em flagrante por cárcere privado.
A delegada Vanoni afirmou que as investigações sobre o tráfico de crianças continuam. “O tráfico de crianças envolve aliciamento e agenciamento com várias finalidades, dentre elas a adoção ilegal. A Polícia Civil está investigando e, caso haja transnacionalidade, a Polícia Federal também pode ser envolvida”, ressaltou.
O caso traz à tona a complexidade e a gravidade do tráfico de crianças na região fronteiriça, destacando a necessidade de cooperação entre as autoridades brasileiras e paraguaias para combater este crime.