A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, em 31 de janeiro de 2025, uma segunda denúncia contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), Waldir Neves Barbosa, e outros quatro acusados por lavagem de dinheiro. Conforme apuração do Jornal Midiamax, também são alvos da denúncia Vanderlei Farias Morais, Abelardo Teixeira Fraga, João Nercy Cunha Marques de Souza e Sérgio da Costa Correa.
A denúncia, registrada no Inquérito 1432, aponta que os crimes teriam sido cometidos ao menos nove vezes entre 2015 e 2018, o que pode agravar a pena em caso de condenação. Segundo a PGR, Waldir Neves e seus assessores, “de forma livre e consciente, em comunhão de esforços”, ocultaram e dissimularam a origem e a propriedade de valores provenientes de infrações penais, incluindo vantagens indevidas e crimes licitatórios no âmbito do TCE-MS.
Waldir Neves havia sido afastado do cargo em dezembro de 2022 por decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão. Na semana passada, porém, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou seu retorno às funções, atendendo a um pedido do conselheiro que alegava demora processual. Até o momento, apenas Ronaldo Chadid, outro envolvido, tornou-se réu por lavagem de capitais após análise do STJ.
Diante da nova denúncia, Falcão solicitou a Moraes um novo afastamento de Neves, argumentando que os crimes investigados são “de extrema complexidade” e envolvem “dezenas de pessoas físicas e jurídicas, com grande repercussão e lesividade social”. O ministro destacou que a segunda denúncia foi embasada em elementos obtidos por medidas cautelares no âmbito da investigação. Falcão também justificou a ausência de análise imediata da denúncia no STJ, explicando que aguarda a apreciação conjunta das duas acusações contra Neves devido à conexão entre elas.
Moraes avalia agora o pedido do STJ para decidir se Waldir Neves será novamente afastado do TCE-MS. A reportagem tentou contato com o conselheiro para comentar a nova denúncia, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestações.