A Polícia Federal e a Receita Federal desencadearam, nesta quinta-feira (22/02), a Operação Partidas Dobradas, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado na emissão de notas fiscais fraudulentas e na criação de empresas fictícias para facilitar a entrada ilegal de produtos estrangeiros no Brasil.
Segundo as investigações, desde 2018, o grupo emitiu mais de 35 mil notas fiscais, totalizando cerca de R$ 200 milhões. Eles recebiam remuneração de várias formas, incluindo um percentual sobre o valor total de cada nota fiscal.
As notas fiscais emitidas pelo grupo eram usadas para amparar o transporte irregular de uma variedade de produtos pelo território nacional, incluindo eletrônicos, pneus, agrotóxicos, cabelo humano, utensílios térmicos, postes de concreto, cimento, entre outros. Muitos desses produtos também eram utilizados para ocultar drogas, armas e mercadorias de alto valor.
O transporte dos produtos era realizado pelos próprios solicitantes ou por terceiros, enquanto a receptação era intermediada por uma assessoria contábil, que criava empresas fictícias por curtos períodos de tempo, substituindo-as regularmente.
Parte dos produtos contrabandeados ou desviados pelo grupo foram apreendidos em diversos estados, além de Mato Grosso do Sul, incluindo Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Na operação de hoje, foi cumprido um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Ponta Porã/MS, Dourados/MS e São Paulo/SP, além do bloqueio de bens dos envolvidos.
A ação contou com a participação de nove servidores da Receita Federal e 22 policiais federais. O nome da operação faz referência ao método contábil de mesmo nome.
