Operação do Gaeco investiga Presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul por suspeita de lavagem de dinheiro

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Francisco Cezário de Oliveira, conhecido como o “Imperador” da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), está sendo investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro. A operação realizada nesta terça-feira incluiu buscas na sede da Federação e na residência de Cezário, que há mais de três décadas comanda a entidade.

A FFMS, sob a gestão de Cezário, recebeu quase R$ 1,4 milhão em repasses estaduais no ano passado. O Ministério Público suspeita que parte desses recursos, destinados principalmente ao patrocínio do campeonato estadual, esteja sendo utilizada de forma ilícita. A operação investiga especificamente a aplicação desses fundos, uma parte significativa dos quais provém do governo estadual. No campeonato deste ano, o Operário de Campo Grande foi o vencedor.

Promotores e policiais do Gaeco focaram suas ações na sede da Federação e na residência de Cezário, cuja permanência no cargo é sustentada por seu apoio e influência na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Apesar de comandar uma federação que ocupa a terceira pior posição entre todas as federações estaduais e que frequentemente registra prejuízos financeiros, Cezário tem mantido sua posição por décadas. No ano passado, a FFMS reportou um prejuízo de R$ 218.506,94, e no ano anterior, o déficit foi ainda maior, atingindo R$ 492.182,71.

Os dados financeiros indicam que, em 2023, a Federação recebeu R$ 1.359.619,00 do Governo do Estado. Desse total, R$ 1.014.490,00 foram destinados ao patrocínio da Série A do campeonato estadual. Outros R$ 245.145,00 foram direcionados ao futebol feminino e R$ 99.984,00 para ajudar a custear a Série B, conforme o balanço anual publicado pela instituição. Neste ano, o governo repassou outros R$ 1.212.120,00 para a Série A, embora esses repasses não estejam incluídos na investigação atual.

Em resposta à operação, o advogado da Federação, André Borges, emitiu uma nota destacando que “nessa fase qualquer investigação é sempre unilateral; logo ela será submetida ao necessário contraditório; devemos aguardar os esclarecimentos, que serão prestados, oportunamente”.

A investigação prossegue, e a comunidade futebolística de Mato Grosso do Sul aguarda desdobramentos que poderão impactar significativamente a gestão e o futuro da Federação.

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