Com incêndios florestais ativos em diferentes regiões do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, o trabalho preventivo do Corpo de Bombeiros ao longo do ano tem conseguido impedir a ocorrência de focos nas áreas onde estão instaladas as bases avançadas.
As bases avançadas, que contam com equipes dos bombeiros em áreas remotas e de difícil acesso no bioma, têm garantido que, mesmo com a intensificação dos focos no início de junho, não fossem registrados incêndios nas regiões norte e leste pantaneiras.
“Está funcionando, esse trabalho preventivo das equipes. Onde temos bases avançadas, não tivemos nenhum incêndio até agora, não houve necessidade de combate por essas equipes. O trabalho preventivo incluiu visitas às fazendas, identificação do material disponível, capacitação e conscientização dos proprietários rurais, e surtiu efeito. Estamos vendo um resultado efetivo desse trabalho hoje”, disse o coronel Adriano Rampazo, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros. As bases avançadas, instaladas desde 14 de maio, contribuem para uma atuação mais eficiente no bioma. Para garantir a presença dos bombeiros em 13 diferentes áreas, equipamentos e veículos de combate a incêndio foram enviados por barca, pelo Rio Paraguai, saindo de Corumbá. A logística envolveu mais de 50 bombeiros, com deslocamentos que duraram até três dias em alguns locais.
Apenas o incêndio florestal na região do Forte Coimbra ocorreu onde há uma base avançada instalada. Já os incêndios próximos a Corumbá, em regiões mais distantes, tiveram a fumaça deslocada para a área urbana devido aos fortes ventos, deixando a cidade sob uma nuvem de fumaça.
“Identificamos que os grandes incêndios que estamos combatendo começaram na beira do rio. Podemos afirmar tranquilamente que os incêndios começaram na beira do rio, pelo menos aqueles que estão afetando a cidade de Corumbá com fumaça. Outros incêndios, como o do Forte Coimbra, são situações diferentes e não têm impactado Corumbá”, explicou Rampazo.
O trabalho preventivo do Corpo de Bombeiros teve início em abril, mas as ações de combate a incêndios florestais no Estado, que normalmente começam em junho, já ocorrem desde janeiro deste ano, devido à situação climática extrema com chuvas abaixo da média desde dezembro de 2023.
“É uma situação extremamente grave, já vinha sendo anunciada há algum tempo. Desde janeiro, estamos nos preparando para esta temporada de incêndios florestais, e todos os indicadores climáticos e de nível de água, não só no Pantanal, mas em todo Mato Grosso do Sul, estão confirmando o que prevíamos, por conta do alto nível de seca que enfrentamos”, disse o governador Eduardo Riedel. A Operação Pantanal 2024 segue na fase de resposta aos incêndios florestais. Atualmente, mais de 100 militares estão envolvidos em operações de combate, entre bombeiros militares, atuando no comando de operações e guarnições. As ações têm o apoio da Marinha e do Exército em situações pontuais, além de articulação com brigadistas do Prevfogo que atuam nos combates aos focos na região de Corumbá.
Na região do Forte Coimbra, as chamas de um dos focos foram controladas ontem (17), mas as guarnições continuam a trabalhar na confecção de aceiros para a segurança do entorno das residências da área.
Em Porto Murtinho, a guarnição realizou reconhecimento no entorno das propriedades da área do destacamento Ingazeira, Rio Apa e Paraguai. Na região da Fazenda Caima, em Miranda, a guarnição, juntamente com os funcionários da propriedade, atua no combate a um incêndio florestal.
A equipe baseada na região do São Lourenço retomou o monitoramento do foco de incêndio localizado no estado de Mato Grosso, analisando o avanço do incêndio com imagens de drone e por sensoriamento remoto. “Toda essa situação deixa o estado de Mato Grosso do Sul em alerta em relação às condições do clima, com o aumento da ocorrência de incêndios florestais. Outro ponto de destaque é que essas condições de seca ocorreram em pleno período chuvoso. Comparando junho, julho e agosto de 2023 com o mesmo período de 2024, observamos uma intensificação nos níveis de alerta”, explicou a meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS).