O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu um inquérito para investigar e exigir a solução de diversas irregularidades identificadas pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campo Grande. As falhas foram detectadas em auditorias realizadas entre 2022 e 2023 e apontam para condições precárias das ambulâncias, afetando diretamente a qualidade e a agilidade do atendimento.
Entre as deficiências encontradas, destacam-se ambulâncias que permaneceram quase um ano aguardando reparos, veículos em circulação com compartimentos improvisados e fechados com esparadrapos, e outros com problemas graves, como a entrada de fumaça do escapamento (o que expõe a equipe ao gás carbônico), ausência de setas, buzinas e giroflex frontal, além de ar-condicionado danificado em todas as unidades avaliadas. Em um dos casos, uma ambulância entrou em manutenção em setembro de 2022 e ainda estava fora de operação quase um ano depois, em setembro de 2023.
A auditoria também revelou que, embora a frota oficial do Samu contasse com 18 ambulâncias, apenas dez estavam efetivamente operando. Essa redução na quantidade de veículos disponíveis resultou em um aumento no tempo médio de resposta, que passou de 23 minutos e 15 segundos para 29 minutos e 5 segundos. Isso tem implicações diretas na eficiência do serviço e na segurança dos pacientes atendidos.
Diante dessas irregularidades, a promotora Daniella Costa da Silva, da 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública, instaurou um inquérito para apurar a situação e solicitou informações à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e à Secretaria Estadual de Saúde (SES), que têm responsabilidade no custeio do Samu, financiado de forma tripartite pela União, Estado e Município.
Em resposta, a coordenação do Samu em Campo Grande informou que foi notificada pelo MPMS e está tomando medidas para sanar as irregularidades apontadas.
