O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Dona Marisa, participaram, na noite desta segunda-feira (15), do seminário sobre os 10 anos da Lei Maria da Penha. O evento foi organizado pela CUT São Paulo e ocorreu na Casa de Portugal do Grande ABC, em Santo André.
“Acabou o tempo, que deveria fazer parte da pré-história, em que a mulher era tratada como objeto de cama e mesa”, disse o ex-presidente, complementando que as mulheres não podem ser tratadas como objeto e que devem buscar protagonismo “dentro e fora de casa”.
Lula falou sobre seu orgulho em ter sido sucedido por Dilma Rousseff, que “foi barbaramente torturada e chegou à presidência sem ódio”. Seguiu afirmando que o país deve ser governado como “se fosse por uma mãe”.
Ainda sobre a Lei Maria da Penha, o ex-presidente diz que existe uma “luta fundamental que temos de fazer: que as mulheres tenham além dos mesmos direitos, o mesmo salário dos homens”.
Lula também relembra das vezes que procurou emprego e não conseguiu por falta de qualificação profissional, mas que hoje se orgulha de onde chegou: “nós não nascemos para bater palmas para a elite, nós queremos ser aplaudidos também”.
Sobre o evento de abertura dos Jogos Olímpicos, o petista lamentou: “me senti como no filme ‘Esqueceram de Mim’. Me dei conta que não existiria Olimpíada no Brasil se não fosse eu”, e continuou relembrando como aconteceu a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas: “quando aquele gringo falou ‘Rio de Janeiro’ eu poderia morrer ali, porque tinha realizado o sonho de trazer a olimpíada para o Brasil”.
Em seu discurso, o petista falou novamente sobre o que considera um “golpe” contra a democracia brasileira: “estamos vendo esse golpe e sabemos que eles não cassaram a Dilma. Cassaram o voto de vocês”.
“Mas eles façam o que quiserem, porque em 2018 nós vamos voltar a governar esse país através do voto democrático”, invocou Lula, deixando no ar se vai ou não concorrer como candidato à presidência.