Um grupo de jovens empresários de Curitiba (PR) e do litoral norte de Santa Catarina, incluindo cidades como Itapema e Camboriú, é investigado pelo furto de 12,16186856 bitcoins de um casal de Campo Grande (MS). O crime, ocorrido em 2021, equivale a R$ 5,99 milhões na cotação desta sexta-feira (11), quase o dobro dos R$ 3,6 milhões da época, devido à valorização da criptomoeda.
Além do furto, os suspeitos — Felippe Barreto Sims, Marco Aurélio Pereira de Souza e Jair do Lago Ferreira Júnior — são acusados de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e abuso de confiança das vítimas, José Neiva Alves Rezende e Antônia Castro. As investigações, conduzidas pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul e agora pela Polícia Civil, apontam uma operação sofisticada para ocultar o dinheiro.
O casal, inexperiente no mercado de criptomoedas, buscou auxílio de Felippe Barreto Sims em 2021. Eles converteram reais em bitcoins pela plataforma Binance e armazenaram os ativos em uma carteira eletrônica Trezor. Em novembro daquele ano, ao acessarem a carteira, descobriram que ela estava vazia. Dados fornecidos pela Binance revelaram sete transferências para Marco Aurélio entre 7 e 8 de maio de 2021, além de três transações adicionais para despistar o rastreamento.
O dinheiro seguiu um caminho complexo: Jair do Lago Ferreira Júnior recebeu 6,793666 BTC (R$ 3,34 milhões na cotação atual), enquanto Felippe ficou com 3,833689 BTC (R$ 1,88 milhão). As investigações encontraram indícios de lavagem de dinheiro, com Jair e sua esposa, Sainara Nunes da Silva, adquirindo imóveis no Rio Grande do Sul e em Curitiba. Jair também passou a operar uma rede de barbearias em cidades catarinenses como Itapema, Camboriú, Tijucas e Porto Belo.
O caso expõe os riscos do mercado de criptomoedas, que opera com moedas digitais descentralizadas baseadas em blockchain, como o Bitcoin, criado em 2009 por Satoshi Nakamoto. Pioneiro e limitado a 21 milhões de unidades, o Bitcoin é visto como “ouro digital”, com valor impulsionado por escassez e demanda. O mercado, embora inovador, exige cautela, como demonstra o golpe milionário sofrido pelo casal sul-mato-grossense.