Uma jornalista de 37 anos, vítima de agressão pelo namorado enquanto segurava sua filha bebê, expressou seu medo e sentimento de desamparo após a concessão de liberdade provisória ao agressor, um músico de 38 anos. Em relato, a mulher, que teve o rosto coberto de sangue e o nariz quebrado, contesta a alegação de legítima defesa do suspeito e questiona a decisão judicial que o permitiu responder ao processo em liberdade.
A vítima narrou que a agressão ocorreu após um dia de convívio com amigos, sem qualquer sinal de conflito. Ao chegarem em casa, o homem a atacou com violência, mesmo ciente de que a filha estava em seus braços. A jornalista foi socorrida por familiares e encaminhada para atendimento médico, onde foram constatadas fraturas e cortes profundos. Ela refuta a versão do agressor de que agiu em legítima defesa, afirmando que não teve sequer a chance de se defender, pois sua prioridade era proteger a filha.
Apesar da gravidade da agressão e das provas apresentadas, o músico obteve liberdade provisória por meio de um habeas corpus concedido pela Justiça. A decisão, que impôs medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de aproximação da vítima, gerou revolta na jornalista. Ela critica a permissão de visitas do agressor à filha, sentindo-se presa em sua própria casa enquanto ele permanece livre. A soltura do músico ocorre um mês após o caso de Vanessa Ricarte, jornalista assassinada pelo ex-noivo em circunstâncias semelhantes, reacendendo o debate sobre a proteção das mulheres vítimas de violência doméstica.