Incompetência administrativa da prefeita: falta de planejamento compromete programas federais contra filas e falta de remédios

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Em mais um exemplo de sua desastrosa gestão da saúde pública de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) enfrenta críticas ao considerar a retirada do atendimento 24 horas para adultos no Centro Regional de Saúde “Dr. Antônio Pereira”, planejando transformá-lo em uma unidade exclusiva de pediatria. Embora Adriane tenha desmentido a intenção, na terça-feira, 14 de maio, enfrentou severas críticas de conselheiros, profissionais e moradores do Bairro Tiradentes. Até mesmo servidores municipais confirmavam a informação, forçando a prefeita a recuar.

Independentemente da veracidade dessa intenção, a crise no sistema de saúde da cidade possui múltiplos focos, inclusive nas próprias medidas da prefeita, que prometiam resolver todos os problemas. Um exemplo é o Decreto 15.922, publicado em 30 de abril, que declarou situação de emergência na saúde pública devido ao aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e à falta de leitos de urgência e UTIs pediátricas. No entanto, quase um mês depois, nenhum efeito positivo foi observado.

Promessas Vazias e Falta de Planejamento

As filas nos postos de saúde são motivo de queixa há mais de sete anos. O decreto, que visa simplificar a contratação de serviços e dispensar licitações para a compra de insumos e medicamentos, falha em alcançar seus objetivos. A prefeita não preparou os projetos necessários nem a documentação para garantir as verbas adicionais necessárias ao fortalecimento das ações.

Apesar de alegar falta de recursos, o orçamento da gestão de Adriane é de R$ 45,5 milhões por dia, invalidando a tese de escassez financeira. A prefeita havia prometido detalhar a situação crítica e a falta de recursos ao governo federal em 10 dias após a publicação do decreto, mas não cumpriu a promessa.

Medidas Incompletas e Inoperantes

A promessa de fornecer 10 leitos de UTI pediátrica à Santa Casa é outro ponto crítico. Sem um aditivo contratual com o hospital, a prefeitura não pode assinar novos contratos, prejudicando os programas federais, como o “Mais Saúde, Menos Fila”, que visa acelerar as cirurgias eletivas. Além disso, para que o decreto seja efetivo, é necessário que o governo estadual assine o contrato. Somente após essa assinatura, a Santa Casa poderá discutir a contratação dos leitos pediátricos.

A falta de medicamentos também persiste. Adriane tentou terceirizar sua responsabilidade, culpando os responsáveis pelas farmácias municipais por não informarem os pacientes sobre a falta de estoque. Em visita a uma farmácia, a prefeita descobriu que havia medicamentos no almoxarifado, mas não tinham sido solicitados pela farmácia. Tal negligência, conhecida pela prefeita, não foi adequadamente tratada, configurando possível prevaricação.

Fuga da Responsabilidade

Adriane tentou transferir a culpa para os funcionários, alegando boicote e ameaçando substituí-los. Em inspeções não anunciadas, verificou que havia medicamentos como Dipirona e Losartana, contradizendo as alegações de falta. Essa postura evidencia um problema conhecido e não resolvido pela gestão.

A crise na saúde de Campo Grande demonstra a falta de planejamento e a ineficácia das medidas adotadas pela prefeita. A incapacidade de garantir programas federais essenciais e de gerenciar adequadamente os recursos públicos compromete seriamente a qualidade do atendimento à população.

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