Incêndio com mortes na aldeia Bororó pode ter sido ataque, indica Ministério dos Direitos Humanos

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Dourados (MS) – O incêndio que resultou na morte de duas mulheres e um bebê na Aldeia Bororó, em Dourados, na madrugada desta segunda-feira (31), pode ter sido um ataque, conforme indicou o MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania).

Em nota divulgada, o Ministério informou que recebeu relatos de que homens armados invadiram o território indígena, efetuaram disparos e incendiaram moradias, forçando os moradores a buscar refúgio na mata. Até o momento, a Polícia Civil confirmou a morte de três vítimas da mesma família: uma mulher de 76 anos, outra de 36 anos e sua bebê de apenas um ano.

“Este episódio de extrema gravidade evidencia mais uma violação aos direitos humanos e ao direito dos povos originários de viverem com dignidade, segurança e paz em seus territórios tradicionais”, afirmou a pasta em sua nota.

Adicionalmente, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania recebeu em Brasília as lideranças indígenas Kaiowá Valdelice Veron e Simon Mendes, que apresentaram denúncias e reivindicações urgentes das lideranças da comunidade.

A suspeita de que o incêndio tenha sido criminoso ainda não foi confirmada pela perícia e o caso continua sob investigação do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil.

Em uma nova etapa da investigação, os peritos de Dourados utilizarão, pela primeira vez, um equipamento de scanner de última geração capaz de gerar imagens tridimensionais do local do incêndio. A tecnologia avançada permitirá uma análise mais detalhada da cena, buscando identificar vestígios que possam esclarecer a dinâmica do ocorrido e confirmar ou descartar a hipótese de ataque.

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