IA da Meta ouvirá seus áudios e copiará suas mensagens no WhatsApp; quando começa

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No início de junho, Mark Zuckerberg anunciou durante o evento “Meta Conversations” que a plataforma de inteligência artificial da Meta será disponibilizada no Brasil, com suporte ao português, a partir de julho. A nova ferramenta, chamada Meta AI, será integrada às redes sociais controladas pela empresa, como WhatsApp, Instagram e Facebook, chegando ao país nos próximos dias.

A Meta AI funciona de maneira similar a outras plataformas de inteligência artificial, como o ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google.

A ferramenta permitirá aos usuários realizar consultas sobre diversos assuntos através de prompts de texto e até mesmo gerar imagens em diferentes estilos utilizando IA. Essas funcionalidades têm o potencial de transformar a maneira como os usuários interagem com as plataformas da Meta, oferecendo novos recursos e possibilidades.

Uma das principais preocupações envolvendo o uso de ferramentas de IA no WhatsApp e outras plataformas da Meta é a possibilidade de geração de dados falsos ou imprecisos.

Essas informações errôneas podem ter impactos significativos no mundo real, exacerbando o problema da desinformação, que já é um dos grandes desafios contemporâneos.

Em relação às ferramentas de geração de imagens e vídeos, a preocupação é ainda maior, dado o potencial de criar conteúdos altamente realistas, mas falsos.

Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, destaca que a Meta, como uma das líderes no uso de IA, precisa implementar métodos eficientes para combater a desinformação e promover um ambiente de confiança para os usuários.

“Atualmente, já dispomos de métodos eficazes para enfrentar a desinformação. Se a Meta implementar essas ações, poderá melhorar significativamente a eficiência de sua inteligência artificial no combate à desinformação, criando um ambiente mais seguro e confiável para seus usuários”, afirmou Galvão em matéria divulgada pelo jornal GIZmodo.

Uso de dados pessoais para treinamento de IA no WhatsApp

Uma polêmica significativa em torno do Meta AI diz respeito ao uso de dados pessoais dos usuários para o treinamento dos modelos de inteligência artificial.

A empresa tem utilizado dados de seus usuários para esse fim, o que gerou preocupações globais. Recentemente, a Meta atualizou suas diretrizes e termos de uso, esclarecendo que utiliza publicações e dados públicos dos usuários para treinamento, excluindo mensagens diretas.

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) permite que os usuários recusem o uso de seus dados para treinamento de sistemas de IA. No entanto, a comunicação dessa opção aos usuários pela Meta tem sido considerada insuficiente.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) expressou preocupação com a falta de transparência na divulgação desse direito. Lucas Galvão ressalta a importância de uma divulgação clara e acessível dessa opção para garantir que os usuários possam exercer seus direitos de privacidade de maneira eficaz e informada.

Na Europa, algumas entidades têm demonstrado forte preocupação com as novas diretrizes da Meta. Recentemente, um grupo de campanha de privacidade sediado em Viena apresentou queixas em 11 países contra a empresa, alegando que as mudanças na política de privacidade poderiam permitir o uso indevido de dados pessoais para tecnologias de IA.

Essas preocupações refletem a necessidade de cautela e rigor na forma como a Meta lida com os dados dos usuários, garantindo que abusos sejam evitados.

Importância da transparência e cautela com a Meta

Apesar dos benefícios que a implementação da nova plataforma Meta AI pode trazer, é fundamental que a empresa mantenha um compromisso com a transparência e a proteção dos dados dos usuários.

A cautela na utilização dessas tecnologias é crucial para evitar abusos futuros e garantir que os usuários estejam sempre cientes e protegidos em relação ao uso de suas informações pessoais.

A chegada do Meta AI ao Brasil marca um passo significativo na evolução das tecnologias de inteligência artificial integradas às plataformas sociais. No entanto, é essencial que a Meta aborde de forma eficaz as preocupações relacionadas à desinformação e ao uso de dados pessoais.

A transparência e o respeito aos direitos de privacidade dos usuários são fundamentais para construir um ambiente digital mais seguro e confiável.

Assim, enquanto aguardamos as inovações prometidas pela Meta AI, a vigilância e a responsabilidade devem ser prioridades para garantir que os benefícios dessas tecnologias sejam aproveitados de maneira segura e ética.

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