Diego Pires de Souza, de 36 anos, acusado de matar a própria mãe, Mariza Pires, de 66 anos, com golpes de pá, permaneceu calado durante a audiência de custódia realizada na terça-feira (8), em Campo Grande. O feminicídio ocorreu em 27 de dezembro do ano passado, na casa onde ambos residiam, no Parque Residencial União, após uma discussão que culminou no ataque brutal contra a idosa, encontrada sem vida com graves lesões na cabeça, incluindo um corte profundo, nariz quebrado e fraturas no crânio. Um protesto estava previsto em frente ao Fórum no dia da audiência, mas foi cancelado devido à chuva na capital. Testemunhas, incluindo uma que viu Diego com a pá, depuseram no processo, enquanto ele optou por não se manifestar. Alfredo Gomes, de 32 anos, outro filho de Mariza, relatou a surpresa do acusado ao ser confrontado por um testemunho ocular, mas a próxima audiência ainda não tem data definida.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Diego em 10 de janeiro por feminicídio, adicionando, no dia 23, a qualificadora de crime contra pessoa maior de 60 anos, conforme o artigo 121-A, inciso II, considerando a idade da vítima. O juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, acatou a denúncia e a qualificadora, determinando a retirada do segredo de justiça do caso. Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada sob a suspeita de que Mariza teria sofrido um AVC, mas, ao chegar, encontrou equipes do Samu tentando reanimá-la, com sinais evidentes de violência. Diego, que chegou primeiro ao local, deu versões contraditórias, alegando uma queda, mas o médico do Samu confirmou que as lesões indicavam homicídio. A Perícia e a Polícia Civil constataram a crueldade do crime, descrito na denúncia como um ataque com “inúmeros golpes de pá”, que resultaram em fraturas e lesões severas na face da vítima.