Governo de Mato Grosso do Sul define medidas após estado de emergência zoossanitária

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Confirmados três novos casos de influenza aviária em aves silvestres no Espírito Santo

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, reuniram-se nesta terça-feira (23) com autoridades sanitárias e lideranças rurais para discutir as medidas a serem adotadas após a declaração de estado de emergência zoossanitária em todo o país.

A medida foi tomada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento devido à detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) – H5N1 – em aves nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Até o momento, foram registrados sete casos no Espírito Santo e um no Rio de Janeiro.

A reunião ocorreu em Maracaju, durante a Showtec, e contou com a presença do superintendente Federal de Agricultura (SFA), Celso Martins; o presidente da Famasul (Federação de Agricultura de MS), Marcelo Bertoni; o diretor presidente da Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal), Daniel Ingold; o presidente da Fundação MS, Luciano Muzzi; o secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, e o tesoureiro da Famasul, Frederico Stella.

A medida, estabelecida pela Portaria nº 587 do Diário Oficial da União na noite de segunda-feira (22), terá validade de 180 dias e tem como objetivo prevenir a disseminação da doença na produção de aves de subsistência e comerciais, bem como proteger a fauna e a saúde humana.

O secretário Jaime Verruck explicou que a discussão com o governador foi motivada pela ocorrência de um caso recente no Paraguai.

“O governo do Estado já vinha adotando uma série de medidas na fronteira com a Bolívia, onde houve um caso anteriormente. A decisão tomada pelo governador foi enviar unidades móveis de fiscalização para Porto Murtinho e Bela Vista, e também realizaremos uma campanha de orientação, com o apoio de técnicos do Senar, no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã. Devido à condição de fronteira, essa região pode representar um ponto de risco elevado”, explicou Verruck.

As ações têm como objetivo fortalecer a vigilância e evitar a entrada do vírus da influenza aviária em Mato Grosso do Sul, garantindo a segurança sanitária e a proteção da avicultura no estado.

O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), confirmou a ocorrência de três novos casos de influenza aviária (H5N1) no estado do Espírito Santo. As aves silvestres afetadas pertencem à espécie Thalasseus acuflavidus, popularmente conhecida como Trinta-réis-de-bando, e foram encontradas nos municípios de Linhares, Itapemirim e Vitória. Com essas confirmações, o estado soma um total de sete registros positivos em aves silvestres, enquanto o estado do Rio de Janeiro registrou um caso.

O LFDA-SP, como unidade de referência da OMSA, desempenha um papel fundamental na identificação e confirmação de doenças animais, incluindo a influenza aviária. A confirmação desses novos casos reforça a necessidade de vigilância e controle para evitar a propagação da doença.

A população foi orientada a não recolher aves doentes ou mortas e a acionar o serviço veterinário local em caso de identificação de aves suspeitas. Essa medida é essencial para evitar a disseminação do vírus entre aves e, consequentemente, reduzir o risco de transmissão para seres humanos.

É importante ressaltar que, até o momento, não há registros de influenza aviária na produção comercial de aves no Brasil. O país mantém seu status de livre da IAAP (Influenza Aviária Altamente Patogênica) perante a Organização Mundial de Saúde Animal. As autoridades sanitárias e órgãos competentes continuam monitorando ativamente a situação e adotando medidas preventivas para garantir a segurança e a saúde da avicultura brasileira.

A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves, incluindo aves domésticas e silvestres. Embora a maioria das cepas do vírus não apresente risco significativo para a saúde humana, algumas variantes, como o H5N1, podem causar doenças graves em humanos, com alta taxa de letalidade. Portanto, é fundamental manter a vigilância e adotar medidas de prevenção para evitar a disseminação do vírus e proteger tanto a avicultura quanto a saúde pública.

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