Gestão ineficiente no sistema de regulação do SUS em Campo Grande compromete atendimento e aumenta fila de espera

0

Um relatório recente da Controladoria Geral da União (CGU) expôs uma série de falhas na gestão do Sistema de Regulação (Sisreg) do SUS em Campo Grande, gerido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Essas irregularidades, que incluem falta de informações no sistema, ausência de tentativas de reagendamento e má administração da fila de espera, estão impactando diretamente o atendimento aos pacientes e prolongando significativamente os tempos de espera.

A auditoria revelou que a utilização incorreta do Sisreg pelos operadores é um dos principais fatores que contribuem para o caos na regulação. Os dados analisados, referentes ao ano de 2023, indicam que muitos dos procedimentos marcados, como consultas, exames e serviços ambulatoriais, não foram confirmados como executados no sistema. Isso sugere uma grave perda de informações gerenciais e levanta dúvidas sobre a eficácia dos serviços de saúde na cidade.

O relatório aponta que cerca de 60% dos serviços ambulatoriais agendados em 2022 não tiveram suas execuções confirmadas, o que pode refletir tanto na inexecução dos procedimentos devido ao não comparecimento dos pacientes ou à indisponibilidade dos prestadores, quanto na negligência das unidades de saúde em atualizar o sistema.

A CGU também destacou a ausência de práticas de “overbooking” – um método usado para maximizar o aproveitamento das vagas disponíveis – como um dos fatores que contribuem para o alto índice de absenteísmo e para o crescimento da fila de espera. A falta de contato proativo com os pacientes para reagendamento dos atendimentos não realizados agrava ainda mais a situação, resultando em longos períodos de espera, que podem chegar a meses ou até anos para consultas com especialistas.

A gestão inadequada da fila de espera, que não segue um ordenamento adequado em muitos casos, tem levado a situações críticas, como a enorme fila para consultas em ortopedia, que chegou a ter mais de 3.000 pessoas aguardando em junho do ano passado.

Essas falhas na administração do Sisreg estão comprometendo a qualidade do atendimento aos pacientes em Campo Grande, evidenciando a necessidade urgente de melhorias na gestão do sistema para garantir que os serviços de saúde atendam de forma eficaz a população.

.