Funcionários da Santa Casa de Campo Grande aprovam paralisação de 70% dos trabalhadores a partir de segunda-feira (15)

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Os cerca de 3,8 mil funcionários da Santa Casa de Campo Grande, o maior hospital de Mato Grosso do Sul, aprovaram indicativo de paralisação de 70% dos trabalhadores a partir de segunda-feira (15). A assembleia aconteceu no início da tarde desta quarta-feira (10). Helena Delgado, vice-presidente do Siems (Sindicato da Enfermagem de MS), destacou que o edital com a decisão deve ser publicado na quinta-feira (11) e, a partir de então, são contadas 72 horas para início da paralisação.

Com apenas 30% dos trabalhadores atuando no hospital, a cirurgias eletivas deverão ser suspensas, caso a paralisação ocorra. Lázaro Santana, presidente do Siems, explicou que a paralisação deve atender a vários atos protocolares, para evitar problemas com a Justiça. “Precisamos fazer uma escala organizada com 30% dos funcionários atuando, de forma continuada e responsável”.

De acordo com representantes de sindicatos, a folha mensal da Santa Casa é de R$ 15 milhões, referente ao pagamento de 3,8 mil funcionários. Só a enfermagem com 1,5 mil funcionários tem folha acima de R$ 9 milhões. Esta semana, o hospital emitiu um comunicado dizendo que não recebeu os repasses federais, estaduais e municipais. Dessa forma, alega não ter condições de arcar com a folha de pagamento.

No entanto, afirma que os salários devem ser pagos até esta sexta-feira (12), evitando, dessa forma, a paralisação. A Santa Casa de Campo Grande não recebeu os recursos do componente pré-fixado de origem federal, municipal e estadual para pagamento dos salários dos funcionários da instituição. O pagamento deve ocorrer no máximo até o dia 12 de janeiro ou antes”, diz o ofício n° 9/2024.

O documento ainda relata os valores a serem repassados à instituição, sendo R$ 6,1 milhões do Ministério da Saúde, R$ 9 milhões do Governo do Estado e R$ 5,2 milhões da prefeitura de Campo Grande. Somando R$ 20,5 milhões. Em nota enviada ao Jornal Midiamax, a prefeitura de Campo Grande afirmou que depende do repasse do Ministério da Saúde, que ainda não foi realizado. “Todo início de ano, há uma alteração na questão do sistema e acaba “atrasando” o repasse. A previsão é que seja regularizado na próxima semana”, diz a nota. O Governo do Estado foi acionado pela reportagem, via e-mail oficial devidamente documentado, para se posicionar sobre a alegação de falta de repasse. Porém, não houve resposta até a publicação deste material. O espaço segue aberto para manifestação.

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