Nesta segunda-feira (06), as Forças Armadas reforçam as fronteiras de Mato Grosso do Sul com a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), medida aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1º de novembro. As Forças Armadas estão ocupando as principais rodovias que ligam o estado à Bolívia e ao Paraguai.
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou que a GLO já está em vigor no estado, com a presença do Exército brasileiro, Marinha e Aeronáutica. Ele enfatizou a integração das forças de segurança pública e ressaltou que essa cooperação é fundamental para lidar com questões de segurança no estado.
Riedel comentou que é importante afastar a ideia de que a segurança pública em Mato Grosso do Sul será de responsabilidade apenas das forças estaduais ou federais, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. A capacidade de integração entre as diferentes forças de segurança é fundamental para fortalecer o estado nesse processo.
Inicialmente, os militares atuarão por 179 dias, até 03 de maio de 2024, aproximadamente seis meses de serviço. O plano envolve 3.700 militares, sendo 1.100 da Marinha, 600 da Aeronáutica e 2.000 do Exército, que será responsável por 2,3 mil quilômetros de fronteira.
O ministro da Justiça, Flavio Dino, explicou que especialistas debateram por meses a melhor solução para combater o crime organizado, focando nos eixos logísticos e financeiros dessas organizações.
Em Mato Grosso do Sul, as forças de segurança devem atuar principalmente nos municípios de fronteira seca entre Brasil, Paraguai e Bolívia, como Ponta Porã e Corumbá. Além disso, a Marinha patrulhará quatro municípios que abrigam o Lago de Itaipu: Mundo Novo, Eldorado, Naviraí e Itaquiraí. Na faixa de fronteira, o Exército e a Aeronáutica atuarão em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.
Vale ressaltar que o reforço militar nas regiões de fronteira em Mato Grosso do Sul ocorre dentro do escopo da Operação Ágata, que já está em andamento há anos na faixa de fronteira, com foco na região do Pantanal Sul-Mato-Grossense. Militares dos quartéis de Dourados e Corumbá já estão presentes nas ruas desses municípios, atuando, por exemplo, na BR-262.
Ponta Porã, devido à sua fronteira altamente integrada com o Paraguai, apresenta desafios complexos, e os militares estão concentrados principalmente no posto de fiscalização local, localizado a cerca de 15 km da saída do município.
É importante destacar que a Força Aérea e a Marinha já atuavam em portos e aeroportos, mas a GLO agora confere a esses militares a autonomia para agir em ações de policiamento e apreensão. Isso significa que esses agentes têm o “poder de polícia” para realizar apreensões, sem depender da atuação da Polícia Federal.
