Ex-prefeito de Ribas do Rio Pardo é preso em operação contra corrupção envolvendo vereadores
José Domingues Ramos, conhecido como Zé Cabelo (PSDB), ex-prefeito de Ribas do Rio Pardo, foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (16) como parte da Operação Tangentopoli, que investiga crimes de corrupção envolvendo vereadores da cidade. Durante a realização de um mandado de busca e apreensão na residência do ex-prefeito, as autoridades encontraram 32 munições calibre 38, cuja aquisição não pôde ser comprovada, levando à sua detenção por posse irregular de arma de fogo. Ele foi levado para a delegacia da cidade.
A Operação Tangentopoli, coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), cumpre um total de 8 mandados de busca e apreensão em Ribas do Rio Pardo e Campo Grande. As investigações desvendaram uma organização criminosa composta por vereadores de Ribas do Rio Pardo e indivíduos associados a esses parlamentares. O grupo operava para cometer crimes de corrupção, envolvendo a exigência de propinas em troca da aprovação de projetos de interesse do então prefeito municipal na Câmara. Zé Cabelo, ex-prefeito do município, é um dos principais alvos da operação.
Além da residência de José Domingues Ramos, os mandados foram cumpridos na Câmara Municipal e nas casas do vereador Anderson Arry (PSDB) e do ex-presidente da Câmara, Tiago Gomes de Oliveira, também conhecido como Tiago do Zico. A investigação também apontou que o grupo influenciava o arquivamento de comissões parlamentares instauradas para investigar possíveis crimes de responsabilidade. Crimes eleitorais também foram identificados e estão sendo apurados.
Durante a operação de busca e apreensão, mais de R$ 88 mil em dinheiro foram encontrados e apreendidos na residência de um dos vereadores investigados. A Operação Tangentopoli visa desmantelar esquemas de corrupção e propina que envolvem vereadores e agentes públicos, buscando a responsabilização dos envolvidos e a promoção da justiça no município de Ribas do Rio Pardo.
O nome da operação faz alusão ao escândalo de corrupções em Milão, na Itália, que ganhou denominação na mídia de tangentopoli (cidade das propinas), que é a combinação da palavra “tangente” (propina) e “poli” (cidade).