Ex-PM ameaça promotora e expõe fragilidades na luta contra a violência doméstica

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Um ex-policial militar, que já atuou no Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e atualmente é advogado, teve seu posse e porte de armas suspensos pela Justiça após ameaçar e perseguir sua ex-esposa, uma promotora de Justiça . A decisão judicial incluiu a decretação de uma medida protetiva de urgência em favor da vítima e a suspensão do direito do ex-policial de portar armas. A Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Dourados, seguindo ordem judicial, apreendeu uma pistola Taurus calibre .380 com um carregador desmuniciado na residência do homem, de 45 anos, que agora está sendo investigado.

O recente caso de violência doméstica envolvendo uma Promotora da Justiça, e um ex-policial militar da GAECO, trás à tona uma série de questões complexas que vão além do âmbito individual. A história, marcada por ameaças, perseguição e o uso de armas, revela as profundas raízes da violência de gênero na sociedade e a urgência de medidas mais efetivas para combater esse problema.

O relacionamento entre a promotora e o ex-policial militar parecia ser promissor, mas rapidamente se tornou um pesadelo. As ameaças e a perseguição se intensificaram, culminando em um episódio de extrema violência quandoa ameaça mais grave contra a promotora aconteceu em maio deste ano. O casal viajava de carro, quando passou a discutir e, então, o ex-policial parou o carro na estrada, sacou a arma que estava porta-objetos da porta do veículo e passou a gritar que mataria a mulher. Tudo aconteceu na frente da filha do casal, de 7 anos.

A promotora decidiu encerrar a relação imediatamente. O advogado saiu da residência, e desde então, o casal enfrentou conflitos relacionados ao assunto. Segundo o relato da vítima à polícia, o ex-marido tem aparecido sem aviso prévio, sempre exibindo a arma na cintura.

A mulher decidiu buscar ajuda depois que o ex-companheiro não compareceu a uma audiência marcada para locais comuns a guarda da filha do casal. Dois dias depois, ele apareceu na casa dela, abordando-a com a mão na arma de fogo que estava na cintura, enquanto apontava o celular com a câmera ligada em sua direção. Sentindo-se intimidada e com medo de ser alvejada, ela acelerou o veículo que a conduziu para fugir da situação.

Como ex-membro do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), tinha acesso a armas e treinamento em sua utilização. Essa condição agravou a situação, tornando as ameaças ainda mais críveis e perigosas. A polícia apreendeu uma pistola Taurus calibre .380 em sua residência.

A vítima viveu momentos de terror e insegurança. As ameaças constantes a fizeram temer por sua vida e pela vida de sua filha de 7 anos. A violência psicológica e física a deixou profundamente traumatizada.

O caso expõe as fragilidades do sistema de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica. Apesar das medidas protetivas concedidas à promotora, o agressor continuou a descumprir as ordens judiciais. Essa situação levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas protetivas e a necessidade de maior rigor na aplicação da lei.

O caso também revela a profunda cultura machista presente na sociedade, que naturaliza a violência contra a mulher. A posição de poder do agressor, como ex-policial, agrava ainda mais a situação, demonstrando como a violência de gênero pode se manifestar em diferentes níveis sociais.

Fonte campograndenews

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