O Juiz da 1ª Vara Criminal de Corumbá, cidade situada a 424 quilômetros de Campo Grande, condenou a sete anos de prisão o ex-corregedor da prefeitura local, André Luís Mello Fort, de 41 anos, por corrupção. O réu apresentou recurso e permanecerá em liberdade enquanto aguarda a apelação.
Na sentença proferida na semana passada, o magistrado determinou que a pena seja cumprida em regime fechado, o que implica que, se a condenação for mantida, André Fort deverá ser encarcerado. A denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) alega que Fort exigiu R$ 20 mil de guardas municipais que estavam sendo investigados por possíveis infrações disciplinares.
O esquema de extorsão, segundo a acusação do MPMS conduzida pelo promotor de Justiça Luciano Bordignon Conte, contou com a participação de Adriana Pires do Nascimento, de 40 anos, que na época do crime estava detida e trabalhava na corregedoria por meio de um convênio entre a prefeitura e a Agepen (Agência Estadual do Sistema Penitenciário). Ela cumpria expediente durante o dia e reduziria sua pena em troca desse trabalho. Adriana era subordinada do então corregedor municipal.
De acordo com trechos da denúncia, os réus planejaram solicitar dinheiro aos guardas municipais para atenuar as punições que poderiam ser aplicadas em um processo administrativo disciplinar (PAD). Ficou acertado que Adriana abordaria os guardas municipais para fazer a solicitação de vantagem indevida em nome do corregedor. André Fort teria solicitado a quantia de R$ 20.000,00 para amenizar a punição a ser aplicada a um dos guardas municipais e à equipe do Guarda Municipal Samuel.
Um dos guardas se recusou a pagar a propina e, segundo a denúncia, relatou o ocorrido ao prefeito da cidade, resultando na abertura de um processo disciplinar em 2019, que levou ao afastamento de André e Adriana. Antes de ser corregedor, André Fort era advogado e ocupava um cargo efetivo como analista de controle, mas perdeu definitivamente o cargo devido à decisão judicial.
Em sua defesa, Fort tentou atribuir a autoria da tentativa de extorsão a Adriana, no entanto, essa versão ainda não convenceu os investigadores.
A redação tentou contato com o ex-corregedor, porém não obtivemos respostas. Estamos a disposição para atualizar a matéria