Estudo revela que bairros Noroeste e Caiobá lideram casos de violência contra mulheres em Campo Grande

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Um levantamento divulgado nesta terça-feira (11) no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) aponta os bairros com as maiores taxas de violência contra a mulher na capital. De acordo com o Dossiê – Mulher Campo-Grandense, os bairros Noroeste, Caiobá, Nova Campo Grande, Popular e Santo Antônio lideram o ranking quando considerada a densidade populacional. Já as menores taxas foram registradas em bairros como Centro, São Francisco, Jardim dos Estados, Bela Vista e Carlota.

O estudo, baseado em dados do Sistema Iris da Casa da Mulher Brasileira, revela que a maioria das mulheres atendidas em 2024 se autodeclara parda (62,6%), percentual que sobe para 68,1% ao incluir mulheres negras. Do total de 4.735 mulheres cadastradas, as faixas etárias mais representadas são de 21 a 30 anos (29,7%) e 31 a 40 anos (24,8%). Já mulheres com mais de 80 anos (0,5%) e menores de 18 anos (3,1%) são as menos atendidas. Este último grupo inclui adolescentes vítimas de violência de gênero, como agressões em relacionamentos ou convivência marital.

As mulheres negras são destacadas como as mais vulneráveis à violência, enfrentando maiores dificuldades de acesso à justiça e às políticas públicas devido a marcadores de raça e classe social. Em 2023, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) registrou 15.064 atendimentos, totalizando 138.330 desde 2015. Quanto à orientação sexual, 73,5% das mulheres se declararam heterossexuais, 1,1% bissexuais e 0,4% homossexuais, enquanto 25% não informaram. Além disso, 15 mulheres se identificaram como transexuais, grupo também amparado pela Lei Maria da Penha.

A renda mensal das mulheres atendidas também foi analisada. A maioria (34,8%) declarou receber entre 1 e 3 salários mínimos, enquanto 31,4% afirmaram ganhar até um salário mínimo. Apenas 0,3% têm renda superior a 10 salários mínimos, e 20,9% disseram não possuir renda. Em relação à moradia, a região do Anhanduizinho concentra o maior número de atendimentos (24,4%), seguida pelas regiões Lagoa (15,5%), Bandeira (14,9%), Segredo (14,7%) e Imbirussu (14,6%).

O Sistema Iris, criado em 2016 pela Agência Municipal de Tecnologia e Informação e Inovação (Agetec), é a ferramenta utilizada para registrar os dados das mulheres atendidas na Casa da Mulher Brasileira. Ao chegar ao local, a vítima é cadastrada no sistema, gerando um número de prontuário que a identifica em todos os atendimentos e setores. O Iris permite a integração de informações, encaminhamentos internos, confecção de relatórios e o histórico completo de atendimento das vítimas, contribuindo para uma assistência mais eficiente e integrada.

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