Em seis meses, volume de chuvas no Pantanal supera a média anual

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A primeira metade de 2023 registrou um volume significativo de chuvas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul, incluindo o município de Corumbá, que abriga a maior parte do Pantanal sul-mato-grossense. De acordo com dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec/MS), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a precipitação acumulada em Corumbá foi de 1.046 milímetros, o que representa um aumento de 13% em relação à média histórica anual, que é de 921 milímetros.

Outros municípios localizados na planície pantaneira, como Aquidauana e Miranda, também registraram precipitação acumulada acima da média para o semestre. Além disso, nas regiões de São Gabriel do Oeste, Coxim e Rio Verde, que estão na borda do Pantanal e abrigam rios importantes, as chuvas também foram abundantes.

A quantidade de chuvas acima da média tem relação direta com a inundação percebida no Pantanal. Segundo o pesquisador Carlos Roberto Padovani, da Embrapa Pantanal, as chuvas que ocorrem no planalto, onde o rio Paraguai se encontra com o Cuiabá e o São Lourenço, são as responsáveis pela cheia no Pantanal, causada pelo transbordamento do rio Paraguai. Apesar disso, Padovani afirma que o nível do rio Paraguai já está baixando na região do planalto, o que indica que não haverá transbordamento neste ano.

A cheia provocada pelas chuvas interrompe um período crítico de poucas chuvas, que nos anos de 2019 e 2020 resultou em incêndios devastadores no Pantanal. Neste ano, embora a estiagem já tenha começado e deva se estender ao longo do inverno, o risco de incêndios de grandes proporções no Pantanal é menor. Vinicius Sperling, pesquisador do Cemtec/MS, destaca que os fatores climáticos, como as chuvas acima da média e os alagamentos, são desfavoráveis para a ocorrência de incêndios. No entanto, Carlos Padovani ressalta que o crescimento da vegetação durante o período chuvoso pode favorecer uma maior intensidade de queimadas durante a estiagem, devido ao acúmulo de biomassa.

Com base nessas informações, é importante manter a vigilância e adotar medidas preventivas para minimizar os riscos de incêndios no Pantanal, mesmo diante das chuvas mais intensas registradas neste primeiro semestre. O acompanhamento das condições meteorológicas e climáticas é fundamental para uma gestão adequada do fogo e da conservação desse importante bioma.

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