Em Corumbá a ministra Marina Silva afirma que a Polícia Federal vai investigar as origens dos incêndios

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Nesta sexta-feira (28), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, acompanhada pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e pelo governador Eduardo Riedel, visitou Corumbá para monitorar de perto os trabalhos de combate aos incêndios que devastam o Pantanal. A ministra Marina destacou a combinação de fatores que agravam a situação: “Os incêndios que estão acontecendo agora têm uma junção perversa: mudança do clima, escassez hídrica severa e desmatamento com uso de fogo”.

Marina Silva anunciou que a Polícia Federal irá investigar a origem dos incêndios no Pantanal. Segundo a ministra, 85% dos incêndios ocorrem em propriedades privadas, especialmente nos municípios com altos índices de desmatamento. “A mão humana pode fazer muita coisa boa, como estamos fazendo aqui, mas pode fazer também muitas coisas indesejáveis, como queimar um bioma único como o Pantanal”, afirmou Marina, informando que Corumbá teve um aumento de 50% no desmatamento e é responsável por metade dos incêndios atuais.

Além das ações de combate ao fogo, Marina Silva destacou que um processo de investigação está em andamento, utilizando a inteligência da Polícia Federal e do Governo do Estado para responsabilizar aqueles que agem fora da lei. Monitoramentos integrados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), Polícia Militar Ambiental (PMA) e Governo de MS identificaram 18 pontos de início dos incêndios. Destes, 13 pontos de ignição estão sendo investigados, com sete pontos iniciais detectados em seis fazendas e uma área sem cadastro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sublinhou que um dos maiores desafios no combate às chamas é que a maioria dos focos de incêndio estão em propriedades privadas. Ela também afirmou que o presidente Lula deu “carta branca” para a destinação de recursos para combater os incêndios no Pantanal. “Quase 90% desses focos são em propriedades privadas, e (as equipes de combate) só podem entrar quando há incêndio”, disse Simone. Ela ressaltou as dificuldades de acesso, onde brigadistas precisam caminhar quilômetros a pé devido à falta de estradas.

Simone Tebet enfatizou que a situação atual é uma “pedagogia da dor” que evidencia a necessidade de preservar o meio ambiente, destacando que a preservação não é uma questão partidária, mas uma responsabilidade do povo brasileiro.

Na manhã de hoje, uma aeronave KC 390 da Força Aérea Brasileira, com capacidade para transportar 12 mil litros de água, pousou em Corumbá para atuar diretamente na extinção das chamas. O avião chegou junto com uma comitiva de ministros que estão cumprindo agenda no município. As ações do Governo Federal para combater os incêndios incluem, além da aeronave, a presença de outros aviões e 80 agentes da Força Nacional.

A situação crítica dos incêndios no Pantanal demanda ações urgentes e coordenadas para preservar este bioma único e proteger as comunidades afetadas.

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