O responsável por uma casa de repouso localizada no bairro Santa Fé, em Campo Grande, de 51 anos, foi denunciado por assédio sexual contra funcionárias e pacientes. As denúncias vieram à tona após uma funcionária de 41 anos ser agarrada à força pelo patrão durante o expediente, na tarde desta quarta-feira (12). O caso foi registrado na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher).
A vítima relatou que, durante o período em que trabalhou na instituição, observou comportamentos estranhos por parte do chefe. Segundo ela, o chefe solicitava fotos dos idosos sem roupas, no momento do banho, ou ainda das partes íntimas dos idosos, com a justificativa de verificar se estavam depilados. No caso das idosas, ele ia pessoalmente conferir as genitálias, alegando que estava verificando se elas estavam realizando o trabalho adequadamente.
No fim da tarde desta quarta-feira, a cuidadora estava retirando um dos idosos do carro quando um dos funcionários ofereceu ajuda. Em tom de brincadeira, ela respondeu “não, eu aguento. Sou ‘macho’ também” e o patrão teria ouvido. Logo depois, o chefe teria se aproximado de maneira séria e dito: “você tem que experimentar da outra fruta para saber o que você quer. Você não experimentou do jeito certo”, se referindo à orientação sexual da vítima.
Ela conta que saiu do local, levando o idoso para dentro. Em seguida, foi levar uma cadeira de banho para a parte externa da clínica, na área frontal, e, ao passar perto da porta de entrada, o patrão estava nas proximidades. Ao vê-la, ele a teria agarrado contra à força, dizendo “vem, meu amor”.
A cuidadora explica que o empurrou na tentativa de se desvencilhar e afastar o corpo dele, e afirmou: “Eu não te dei essa intimidade, eu não gosto que me toque”. Nesse momento, o autor a seguiu, mas ela teria conseguido correr em direção ao fundo da clínica, onde estavam as outras profissionais.
A vítima relatou o ocorrido para uma das colegas que estavam na sala, mas ficou sem saber como agir ou o que fazer em seguida. Ela também contou para a esposa, que ficou muito nervosa e queria levá-la embora imediatamente. No entanto, ela decidiu terminar o turno e continuar os cuidados com os idosos, pois não queria deixá-los desamparados. Após finalizar o trabalho, ela se dirigiu diretamente à delegacia para registrar a ocorrência.
O caso foi registrado como importunação sexual. A vítima deseja representar criminalmente em desfavor do chefe.
A polícia está investigando o caso e outras funcionárias da casa de repouso devem ser ouvidas nos próximos dias. A direção da instituição não se manifestou sobre o caso até o momento.
É fundamental que as vítimas de assédio sexual denunciem seus agressores. A denúncia é o primeiro passo para que a justiça seja feita e para que outras mulheres não sejam vítimas do mesmo crime.
