Desabrigadas há duas semanas, as 150 famílias que perderam tudo no incêndio que devastou 60% da Favela do Mandela, no bairro Isabel Garden, em Campo Grande, continuam à espera de uma solução para o dramático cenário.
A maioria das famílias, que perdeu seus barracos, está vivendo em tendas do Exército instaladas em um terreno próximo à favela. Outras famílias que perderam tudo buscam abrigo em tendas de plástico fornecidas pelo Exército ou se alojaram temporariamente em residências de parentes. Todas aguardam por uma solução habitacional definitiva.
A prefeita assegurou que “em um curto espaço de tempo vamos estar com as famílias em seus lotes. Aquelas cadastradas no CrediHabita serão contempladas primeiro, e também vamos atender aquelas que perderam totalmente seus barracos”, destacou.
O CrediHabita mencionado pela prefeita é um programa social que proporciona crédito para a construção e reforma de habitações populares. O programa oferece entre R$ 6 mil e R$ 40 mil para que as famílias construam moradias em lotes cedidos pela prefeitura, sendo coordenado pela Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários).
A equipe de redação conversou com M.P.S, uma moradora que residia na Favela Mandela com seus três filhos menores. Ela compartilhou sua angustiante experiência após perder tudo no incêndio, desde roupas e móveis até documentos essenciais. Até o momento, nenhuma solução foi encontrada, e M está dependendo de doações e vive em uma barraca fornecida pelo Exército Brasileiro.
Nossa entrevistada relatou as dificuldades enfrentadas, especialmente com o clima chuvoso que provocou uma forte gripe em sua filha de 03 anos. Originária do interior, ela veio para Campo Grande durante a pandemia, perdeu o emprego e, incapaz de pagar o aluguel de uma kitnet, viu na favela a única alternativa para abrigar seus filhos. “Estou desesperada e angustiada. Acabei de superar uma depressão e voltei a sentir os sintomas, quero muito que a prefeitura resolva nossa situação”, afirmou M.