A importância da operação “João Romão” na luta contra a corrupção e o mau uso de dinheiro público em Corumbá não pode ser subestimada. Na última semana, equipes da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) realizaram ações cruciais na prefeitura e na residência de figuras importantes do município. Entre os alvos estavam o Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ricardo Campos Ametlla, a coordenadora do setor de licitação de obras, Thamíris Lemos Franco Gonçalves, e o superintendente de serviços públicos, Joelson Pereira Dib.
Durante a operação, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão. A PF apreendeu uma caminhonete Toyota Hilux do secretário Ricardo, outros dois veículos, além de documentos, computadores e uma quantia significativa de dinheiro – cerca de R$ 40 mil em Campo Grande e R$ 60 mil em Corumbá.
Em Campo Grande, documentos adicionais foram apreendidos com a representante de uma empresa envolvida. Segundo a PF, a operação visou servidores públicos, tanto comissionados quanto efetivos, envolvidos na autorização e fiscalização de obras executadas, além de responsáveis por empresas que venceram licitações suspeitas.
Investigação Revela Esquema de Fraude em Licitações
A operação “João Romão”, desencadeada pela PF e pela CGU, revelou que o Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ricardo Campos Ametlla, teria criado a empresa Agility Serviços Integrados Ltda. para vencer licitações em Corumbá. As obras sob investigação ultrapassam o valor de R$ 12 milhões.
As investigações, iniciadas em 2021, indicam que Ricardo Ametlla seria o verdadeiro dono da Agility Serviços Integrados Ltda. “Durante as investigações, foi possível colher indícios de irregularidades que permitiram à empresa suspeita demonstrar capacidade financeira e técnica para participar dos certames licitatórios que venceu”, afirmou a PF.
Contratos Suspeitos e Obras de Alto Valor
De acordo com o Portal da Transparência de Corumbá, a Agility Serviços Integrados Ltda. possui contratos que somam R$ 16.493.937 com o município. O primeiro contrato foi celebrado menos de um ano após a abertura da empresa, segundo a Receita Federal.
Entre os contratos suspeitos está o de maior valor, R$ 7.402.347,93, firmado em 26 de março de 2024, para a reforma do antigo Armazém Ferroviário da NOB, um prédio histórico de 1952. Outro contrato significativo é para obras no centro integrado de esportes, no valor de R$ 4.050.825,85. A empresa também venceu licitações para reformar a sede do Ecoparque Cacimba da Saúde, o centro de saúde da mulher, e o centro de iniciação ao esporte, com contratos que variam de R$ 357.017,99 a R$ 1.843.350,52.
Importância da Operação
A operação “João Romão” destaca a necessidade vital de vigilância e ação contra a corrupção. Ações como estas não apenas expõem esquemas de fraudes, mas também servem como um alerta e um lembrete da importância da transparência e da responsabilidade no uso dos recursos públicos. A sociedade depende de operações como esta para garantir que os recursos sejam utilizados de forma ética e eficiente, promovendo o bem-estar e o desenvolvimento sustentável das comunidades.